As montadoras investem em Tecnologia, mas ainda são raras as iniciativas voltadas para o público PcD – pessoas com deficiência. Por conta da especificidade de necessidades, é preciso recorrer à adaptação veicular. E existem empresas especializadas nisso. Algumas delas fazem a preparação integral dos modelos originais.
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Um exemplo é o Pegasus EcoSport da Cavenaghi, empresa brasileira que atua em adaptações veiculares para PcD há 50 anos. O carro foi criado para proporcionar total autenticidade para motoristas cadeirantes.
Ele é todo pensado nisso: ao apertar um botão do controle remoto, a porta traseira abre, a rampa abaixa automaticamente e o motorista entra com sua cadeira direto para a direção do carro. Ao chegar no destino, faz a operação inversa.
“O Pegasus é o que temos de mais legal, novo e interessante. É o primeiro carro de completa autonomia [para o motorista] no Brasil. Já é difundido no exterior, mas foi a primeira solução assim que trouxemos para cá”, afirma Monica Cavenaghi, diretora comercial da empresa.
Além deste, mais dois modelos são adaptados pela empresa: o Chevrolet Spin pode ser adaptado para ficar com o piso mais baixo e o Fiat Dobló pode ter seu piso abaixado e/ou seu teto elevado para comportar um cadeirante.
Mas as tecnologias ainda não são tão acessíveis. Esta adaptação pode custar até R$ 100 mil.
Devido à isenção de impostos para PcD, alguns modelos se tornam mais acessíveis para este público. Os cinco modelos que mais chegam às empresas de adaptação veicular Cavenaghi, Hand Drive e Adapt Auto são Nissan Kicks, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Renault Captur e Chevrolet Onix.
Através destes modelos é possível inserir acessórios para torná-los acessíveis à pessoa com deficiência. Cada item tem uma função e valor diferente. Conheça alguns deles:
Acelerador esquerdo – Equipamento que transfere o acelerador para o lado esquerdo do pedal do freio, sem anulá-lo. Quando não for usado, pode ficar escondido embaixo do painel. O acelerador original permanece.
Alavanca de freio e acelerador manual – Comandos de freio de serviço e acelerador ativados manualmente.
Auxiliar de freio de mão – Voltado para quem tem pouca força na mão direita.
Central de comandos elétricos – São sensores que podem ser instalados em praticamente qualquer parte do veículo. Eles ativam comandos secundários, como setas e limpadores. O acionamento é feito através de leves movimentos de pressão, seja com a cabeça no encosto do banco ou com o braço no apoio, por exemplo.
Central de comandos elétricos ao volante – Permite ao motorista que possui apenas um membro superior disponível para o controle do volante, manuseá-lo e, ao mesmo tempo, operar todos os comandos secundários (setas, faróis, limpadores, buzina etc), sem ter que soltá-lo.
Guinchos – Usados para guardar cadeiras de rodas mais pesadas no porta malas do carro e para transferência da cadeira de rodas para o banco de motorista ou passageiro.
Pomo giratório – Dispositivo que permite ao motorista girar o volante completamente para os dois sentidos, somente com o uso de uma das mãos. Têm opções removíveis e de dois ou três pontos.
Prolongador de pedal – Indicado para condutores de baixa estatura, encurtando a distância entre os pés e os pedais.
De acordo com Geraldo Cardoso, proprietário da Hand Drive, a demanda aumentou bastante nos últimos anos. “As pessoas com deficiência passaram muito tempo em casa até que perceberam que podiam levar uma vida normal”, comenta ele, que atua no setor de adaptação veicular desde 1985.
Para Monica Cavenaghi, a busca por estes serviços está aumentando porque a inclusão social também cresceu. “Algumas pessoas não sabiam que podiam dirigir. Além disso, existia muito mais preconceito e dificuldade em lidar com a própria deficiência”, afirma a diretora comercial da Cavenaghi.
Quem trabalha nesta área sabe da importância do trabalho. Geraldo comenta sobre como os clientes ficam emocionados com os resultados: “Os clientes se emocionam ao receber o carro adaptado. Eles agradecem à empresa por proporcionar essa mobilidade”.