Antes presente somente em modelos premium, o ar-condicionado de duas (ou mais) zonas começa a ser oferecido em carros na faixa dos R$ 90 mil.
Também conhecido como ar bi-zone ou dual-zone, o sistema permite que passageiro e motorista escolham temperaturas distintas e sem interferências entre elas. Porém, a mecânica do dual zone varia de acordo com o modelo e a montadora.
Sílvio Shizuo, professor de engenharia mecânica da FEI comenta que os aparelhos dual-zone mais sofisticados possuem dois sistemas de ar condicionado completos, com dois compressores.
Já os mais simples têm apenas um dispositivo que se divide, ou seja, uma única caixa de ventilação bipartida e um só evaporador.
Assim que a temperatura é escolhida, um sensor localizado normalmente no painel do veículo afere ao sistema de refrigeração a temperatura interna do carro.
Então, o compressor diminui a temperatura com o ar frio, oriundo do evaporador. Na sequência, um equipamento chamado atuador controla, por meio da abertura de portinholas, a quantidade de ar quente, vindo do radiador, adicionada para ajustar a temperatura.
Os fluidos são misturados e levados por meio de tubulações individuais até as saídas de ar do passageiro e do motorista.
Dualzone aumenta o gasto?
O sistema gasta da mesma forma que o modelo convencional. Porém, Shizuo explica que “há compressores mais eficientes, com deslocamento variável. Esse reduz o consumo, pois ao invés de ficar ligando e desligando, ele só controla a vazão de fluido refrigerante (gás)”.
Mas pode haver economia de combustível em comparação ao ar-condicionado usual somente nos ar-condicionados mais sofisticados, que contam com dois conjuntos. “Mas isso acontecerá só se desligar um dos sistemas”, assim ele trabalhará de forma otimizada, fornecendo calor para apenas um lado.
Para economizar ou fazer o sistema consumir menos potência do carro, “vale fechar as grelhas do lado do ocupante, assim a vazão de ar diminui e o compressor vai desligar mais cedo”, sugere Sílvio.
A manutenção encarece?
Rodrigues alerta que muitos componentes são importados e não foram preparados para funcionar no Brasil, onde utiliza-se muito mais o sistema de refrigeração do que o de aquecimento.
“Isso faz com que a movimentação do atuador seja mínima”, portanto, é necessário um cuidado extra.
Instalação à parte não é recomendada
Incluso em alguns equipamentos de série ou pacotes adicionais, não é recomendável a instalação do dual zone fora da fábrica. Isso porque é necessário fazer uma série de adaptações no painel, trocar toda a parte elétrica, além de modificar o próprio duto de ar.
Existem até equipamentos ainda mais complexos, de três e até quatro zonas (normalmente em SUVs de grande porte e carros de alto luxo).