O dia de campo do programa Mais Leite promovido pelo Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e o Sindicato Rural de Dourados no último sábado (21), nas dependências do Parque de Exposições, registrou até o momento o maior número de participantes: 280 produtores do município e de regiões vizinhas. O primeiro encontro aconteceu no município de Jardim e reuniu 150 pessoas, com edições já confirmadas em Coxim e Sidrolândia.
Na avaliação do presidente do sindicato rural, Lúcio Damalia, o dia de campo é uma oportunidade para que o produtor possa observar na prática todas as etapas da produção, colaborando com os cursos que já são realizados em parceria com o Senar/MS. “Mobilizamos com frequência palestras e capacitações, além de dinâmicas para demonstrações de máquinas agrícolas. Entretanto, esse formato de giro tecnológico contribui para que o participante reforce o aprendizado e melhore a performance produtiva. Nós testemunhamos que o Mais Leite, desde que foi implantado aqui na região, dobrou a produção leiteira investindo principalmente na correção das técnicas de manejo”, destaca.
Para o secretário da Agricultura Familiar e Solidária de Dourados, Landemark Ferreira Rios, as ações implantadas em parceria com o sindicato rural e o Senar/MS auxiliam os produtores rurais que ainda atuam na clandestinidade. “Os participantes comprovaram no encontro de hoje que a organização e aplicação correta de técnicas podem melhorar consideravelmente sua renda no campo. Atualmente temos 150 produtores familiares que se dedicam à atividade leiteira, recebendo acompanhamento técnico e já iniciamos uma nova fase, na qual estamos desenvolvendo um trabalho de estímulo à produção de forrageiras”, detalha.
O evento faz parte do cronograma de atividades práticas oferecidas pelo ATeG – Assistência Técnica e Gerencial que no ano passado atendeu 744 produtores, em 22 municípios de Mato Grosso do Sul. Em 2016, o número já chega a 930 famílias recebendo orientações que vão desde a gestão da propriedade até tecnologias para manejo eficiente da atividade leiteira.
Estações Tecnológicas – Foram montadas cinco estações de informação, divididas nos seguintes assuntos: Instalações Alternativas, Volumosos de Alta Performance, Produção de Feno, Aleitamento Artificial e Análise Morfológica em Vacas Leiteiras.
Um dos espaços que mais chamou a atenção dos produtores foi o de Instalações Alternativas, no qual o zootecnista Nivaldo Passos explicou aspectos que envolvem custos de produção e opções de equipamentos de manejo com menor preço. “A utilização de instalações adequadas facilita e gera conforto para o animal e o produtor. Trouxemos aqui algumas peças que podem ser fabricadas pelo próprio trabalhador, utilizando materiais que contribuirão com a redução expressiva dos custos com produção”, argumenta.
Segundo Passos, as ‘engenhocas’ foram todas idealizadas por produtores e que tiveram eficácia aprovada. Utilizando materiais recicláveis como garrafas Pet, pneus usados e embalagens plásticas de diversos tamanhos é possível criar um aparato completo no espaço de ordenha. “Utilizando um balde, adaptador de caixa d’água e uma mangueira vocês podem construir um balde de lavagem para manter a higiene dos tetos do animal. Ou ainda, com bambu, embalagens pet e fios eletroplásticos construir uma cerca elétrica eficiente”, esclarece o profissional.
O produtor familiar Juvenal Félix mora no distrito de Vila Vargas e afirmou estar satisfeito com tanta informação oferecida no local. “Aprendi muito aqui e se acontecesse todo mês eu viria, pois, percebi que ainda tenho muito que trabalhar para me tornar um bovinocultor profissional”, analisa.
De acordo com o supervisor regional do Mais Leite, Juliano Bergler, os temas apresentados exemplificam situações que acontecem no cotidiano de toda propriedade que se dedica a atividade de leite. “Independentemente do tamanho da produção ou do número de animais, todos conhecimentos que apresentamos aqui podem ser implantados e já são sugeridos por nossa equipe de técnicos de campo no programa de assistência técnica”, reforça.
Caravanas com produtores de municípios vizinhos também marcaram presença no encontro. Foi o caso de uma turma de Laguna Carapã que chegou uniformizada para participar do dia de campo. Outros como dona Leonilda Padovani de Ivinhema chegaram animados para absorver as informações dos especialistas no manejo leiteiro. “Minha família produz atualmente 100 litros de leite diariamente e a tendência é crescermos ainda mais. Gostei muito de presenciar tanta informação, particularmente sobre os detalhes da morfologia das vacas, pois vamos investir na compra de mais animais”, observa.
A diretora da Agricultura Familiar, da prefeitura municipal de Dourados, Rosemara Osório, acredita que os produtores saem do evento com uma mentalidade diferente sobre a produção leiteira. “O dia de campo do Mais Leite foi muito importante para as famílias que sobrevivem da atividade na região e que puderam aprender desde como tratar o animal até como aumentar a produtividade. Acredito que os presentes chegarão em suas propriedades ávidos para implantar as tecnologias apresentadas”, conclui.