72ª Regata Santos-Rio promove democrático encontro de velejadores

A tradicional e desafiadora prova de vela oceânica atrai desde consagrados velejadores profissionais até aprendizes de escolas de vela

Largada da Santos-Rio (Aline Bassi / Balaio de Ideias)

São Paulo (SP) – “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. A célebre frase muito pronunciada entre os velejadores e todos que utilizam embarcações regularmente, encaixa-se perfeitamente na Regata Santos-Rio, que nesta sexta-feira (04/11) chegará à 72ª largada ao meio-dia na Baía de Santos, logo após o Desfile de Barcos às 10h no Deck do Pescador, Ponta da Praia, para o público que estiver na orla.

Todo velejador deseja colocar no currículo, pelo menos uma Santos-Rio e garantir o status de que está apto a alçar navegações mais desafiadoras pelos sete mares, competindo na mesma regata de medalhistas olímpicos e campeões mundiais como a família Grael, Robert Scheidt, Kiko Pelicano, Maurício Santa Cruz, Clínio de Freitas, Jorge Zarif, Bruno Prada e outros atletas que fazem a bandeira brasileira ser hasteada por onde competem.

Se há quem sonhe com a primeira Santos-Rio com a obsessão de uma conquista indispensável, há também quem já emplacou mais de 20 edições no percurso de 200 milhas náuticas (370 km). É o exemplo do instrutor de vela da Escola BL3 de Iatismo, de Ilhabela, Clauberto Andrade, que parte para sua 21ª regata, neste ano no comando do BL3 Urca na classe BRA-RGS.

A bordo do BL3 Urca (Aline Bassi / Balaio de Ideias)

“A BL3 tem uma tradição de mais de 20 anos na Santos-Rio e eu também já estou bem cascudo (rsrs). Nosso intuito é oferecer aos alunos, aprendizado principalmente em relação ao comportamento a bordo. A regata oferece uma série de variações táticas e outras exigências. Frio, calor, vento contra, vento a favor, sem vento, racionamento. Nessas condições, torna-se essencial o companheirismo, o respeito”, afirma Clauberto.

São justamente as peculiaridades do percurso que proporcionam uma oportunidade única aos alunos. “O aprendizado sobre marinharia é muito rico, mas quando os aspirantes embarcam para a Santos-Rio, já passaram pelo menos por um curso básico de navegação. Hoje, sou muito mais um instrutor do que um velejador”, considera o experiente timoneiro paraense com mais de 40 anos dedicados à vela e que conduzirá o BL3 Urca ao Rio, ao lado do imediato Rodrigo Santa e de outros seis alunos.

Antes de chegar a Ilhabela, Clauberto teve os primeiros contatos com a vela no Clube Caiçara, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro. Depois, adquiriu aprendizado intenso sobre velas ao trabalhar na empresa dos campeões olímpicos da classe 470 nos Jogos de Moscou, em 1980, Marcos Soares e Eduardo Penido, que abriram uma das principais velerias do País no Rio de Janeiro.

BL3 Urca em Ilhabela (Aline Bassi / Balaio de Ideias)

Show na largada – A largada será ao meio-dia de sexta-feira (04/11) na Baía de Santos, em seguida ao Desfile dos Barcos, às 10h, em frente ao Pier do Pescador na Ponta da Praia. A Esquadrilha da Fumaça e a Banda da Marinha do Brasil garantirão o show para o público. Na última edição, 30 barcos competiram entre Santos e Rio de Janeiro.

A Regata Santos-Rio conta com os apoios das prefeituras municipais de Guarujá e de Santos, que viabilizou a utilização do Deck do Pescador para o desfile de barcos; da Autoridade Portuária, que interditará o estuário para navios mercantes entre 9h30 e 12h de sexta-feira, e da Marinha do Brasil, responsável pela escolta das tripulações até o Rio de Janeiro.

Inscrições – Os barcos da classes VPRS, ORC Club, ORC Internacional, BRA RGS RGS Clássicos, Mini Transat e Bico de Proa, elegíveis conforme o AR, devem ser inscritos no ICRJ (https://www.icrj.com.br/vela/inscricao.html), acessando-se o e-mail (vela@icrj.com.br) ou no ICS pelo e-mail (nautica@icsantos.com.br), ou ainda, entrega da ficha de inscrição na secretaria náutica até às 10h de sexta-feira (22/10/2021).

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