Reciclamp comemora 10 anos com novas frentes de atuação em Campinas

Desde o início de 2018, associados de cooperativas de recicláveis de Campinas vão regularmente à planta da Arcor do Brasil no município. Os trabalhadores vão atuar no processamento de material reciclável da empresa, como fruto do convênio mantido com a Reciclamp, uma rede de cooperativas que está completando 10 anos com novas frentes de trabalho.

A trajetória da Reciclamp – Cooperativa Central de Coleta e Comercialização de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis de Campinas e Região é lembrada pelo seu fundador e presidente, Valdecir Aparecido Viana. Ele nota que a organização foi criada, no final de 2008, com um duplo propósito.

ACS (Cooperativa de Recicláveis “Antônio da Costa Santos”), de Campinas, que recebeu apoio do Instituto Arcor Brasil (Foto Divulgação)

Em primeiro lugar, explica Valdecir, havia a necessidade, identificada pelas cooperativas de recicláveis, de construção de “uma ferramenta institucionalizada, que viabilizasse a comercialização, considerando a exigência de emissão de notas fiscais, entre outras questões legais”.

O outro ponto, completa, foi a constatação de que “a manutenção de operação, de pessoas qualificadas e de custos competitivos não poderia ser feita de forma isolada”. Diante dessas duas demandas, “houve a convergência de cooperativas para atuação em conjunto”.

O impulso inicial, continua o presidente da Reciclamp, foi dado com um projeto apresentado, a edital de seleção pública da Petrobras, pelo Centro de Referência em Cooperativismo e Associativismo (CRCA). O projeto foi contemplado e gerou recursos para a incubação da “cooperativa de cooperativas”. Após o período de incubação, outro projeto aprovado pela Petrobras viabilizou a montagem de frota e infraestrutura para a operacionalidade da Reciclamp.

Com o tempo as cooperativas passaram a contar com esse capital de giro e a Reciclamp abriu outras possibilidades de atuação, como um convênio mantido com a Prefeitura de Campinas. As cooperativas atualmente não fazem a coleta, o que é executado pelo Departamento de Logística da própria Reciclamp.

Juntas, diz Valdecir, as cinco cooperativas associadas à Reciclamp têm a capacidade de processar 500 toneladas mensais de recicláveis. Entretanto, somente 350 toneladas estão sendo processadas atualmente, como consequência direta da crise econômica. “Há um volume menor para coleta e reciclagem e, também, aumentou o número de catadores e de pessoas que, desempregadas, estão atuando no setor com seus próprios meios de transporte”, comenta.

Hoje são associadas à Reciclamp a Unidos da Vitória (que atua na Ceasa Campinas), Antônio da Costa Santos (sediada no Jardim Satélite Íris), Nossa Senhora Aparecida (na região do Proença) e São Bernardo (atuante nas dependências do Departamento de Limpeza Urbana, da Prefeitura), todas de Campinas, além de uma cooperativa de Louveira.

A Reciclamp chega aos 10 anos, assinala Valdecir, com novas frentes de atuação com empresas de Campinas, começando com a Arcor do Brasil. Na planta localizada entre a Rodovia D. Pedro I e Rodovia Professor Zeferino Vaz (Tapetão), os membros das cooperativas promovem o processamento para prensagem, transporte e comercialização do material reciclável gerado na empresa. Além disso, os trabalhadores fazem o processamento das embalagens de produtos que são moídos com destinação a outro estágio de consumo, como ração animal.

“Esta porta aberta pela Arcor representa uma nova contribuição importante para o setor, pois está nos permitindo um novo aprendizado, são novos conhecimentos que vamos aplicar no contato com outras empresas”, afirma Valdecir, que cita o apoio dado, durante muitos anos, pela Arcor do Brasil e ao Instituto Arcor do Brasil a uma das principais cooperativas de Campinas, a Antonio da Costa Santos.

A Cooperativa de Recicláveis Antonio da Costa Santos teve seu projeto “Construindo sonhos através dos recicláveis” apoiado pelo Instituto Arcor Brasil, como parte do Programa PorAmérica, da RedEAmérica. “Foi muito importante o apoio do Instituto Arcor em termos de organização do espaço e capacitação dos cooperados. A cooperativa ficou muito mais qualificada”, conclui Valdecir Aparecido Viana.

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