Sem pressão, mas com muita vontade de apresentar resultados positivos, surfistas da nova geração garantiram boas estreias no Red Nose São Sebastião Pro 2018, etapa do QS 3000 nesta quarta-feira (31), na Praia de Maresias, em São Sebastião. Entre as caras novas no Tour, dois talentos locais, Eric Bahia e Caio Costa, companheiros de treinos no Instituto Gabriel Medina (IGM).
Em comum entre a maioria dos mais jovens é a estreia no QS 3000. Alguns já haviam competido em etapas internacionais, mas com menor pontuação (1000 ou 1500). Caio é um deles. Já disputou um evento no Peru e agora, um dos mais novos, com apenas 14 anos, não escondeu a ansiedade da estreia, ainda mais em casa. “Bom passar a primeira bateria, mas eu quero mais. Quero ir longe, soltar meu surf”, falou.
“Estou tranquilo, só quero surfar, dar meu máximo, mostrar o que eu surf”, complementou Caio, que avançou para o round 2, na segunda posição, atrás Eric, em seu primeiro QS. “Foi aquela tensão, mas consegui duas ondas boas e construir um placar. Fiquei nervoso, mas agora estou feliz, porque já tirei esse peso”, falou o atleta de 16 anos.
Dos novos valores, um deles veio de longe. Apesar de competir pela Suécia, Kian Martin sempre viveu na Indonésia. Nasceu no país escandinavo e com dois meses já estava num dos principais paraísos do surf. Apesar disso, o surfista de 16 anos tem uma forte ligação com o Brasil. Seu pai é carioca e há 28 anos mora em Bali.
No Red Nose São Sebastião Pro 2018, Kian avançou para o round 3, competindo pela primeira vez num QS 3000. Antes, já havia disputado na Indonésia e feito até final. “Eu estava nervoso. Só queria passar essa bateria. Esse era o objetivo. O nível aqui é muito forte e tenho de focar e surfar o melhor possível”, afirmou Kian, que é fã do paranaense Peterson Crisanto, atual número 5 do ranking QS e com um pé na elite mundial em 2019. “Foi o primeiro cara que me deu uma prancha. Eu tinha oito anos e ele ficou hospedado em casa e deu a prancha dele”, lembrou.
Junto com Kian, mais um talento brasileiro, João Chianca, de Saquarema, com apenas 15 anos, irmão caçula do campeão mundial de ondas grandes, Lucas Chianca, o Chumbinho.
Outro estreante que despachou a ansiedade e nervosismo foi Alax Soares, de Guarujá, que já foi bicampeão paulista júnior e agora batalha um lugar ao sol entre os profissionais, sobretudo no acirrado circuito mundial. Antes do Red Nose São Sebastião Pro, ele competiu no QS da Argentina este ano. “A primeira bateria é sempre bem intensa. Agora que passei, já vou me soltar mais”, confessou.
Ele sabe que um bom resultado em Maresias pode ser um impulso para seguir mais estruturado no QS. “Tenho dificuldade de competir o QS por falta de apoio e uma boa apresentação, boa colocação pode abrir portas. Gosto muito de surfar aqui, sempre estamos treinando quando tem boas ondas”, acrescentou.
Na lista das promessas do surf ainda aparecem o cearense Cauã Costa, que já tem grandes resultados como amador; o catarinense Lucas Vicente, que já garantiu sua vaga no round 3; Diego Aguiar, o Didi, de Ubatuba, classificado para a segunda fase do evento; Eduardo Motta, mais um atleta de Guarujá, e Fernando Júnior, também de Maresias, que começam a competir nesta quinta-feira.
Já o caçula da competição, Ryan Kainalo, só de 12 anos, não conseguiu passar pelos rivais logo na primeira bateria, junto com outro atleta de 13 anos, o paranaense radicado em Maresias, Yan Sondhal. Mesmo assim, Ryan, que hoje é imbatível no Paulista de Base em sua faixa etária, demonstrava felicidade em poder participar e ganhar mais experiência. “Foi legal, ainda sou novo e estou querendo evoluir sempre”, completou. Quem também não avançou foi Daniel Templar, de Saquarema, que já vem se destacando como profissional.
Vale destacar que junto com a garotada, o evento conta com cinco surfistas que já figuram na elite mundial. Entre eles, o potiguar Italo Ferreira, único atleta nesta temporada a vencer três etapas do CT, incluindo a última, em Portugal, barrando a decisão do bicampeonato mundial para Gabriel Medina. Também estarão em ação o cearense Michael Rodrigues, o pernambucano radicado em Maresias, Ian Gouveia, o guarujaense Jessé Mendes e catarinense Iago Dora.
Além deles, destaque para Deivid Silva, de Guarujá, e o potiguar Jadson André, respectivamente sexto e sétimos colocados no ranking QS. Já na disputa do título sul-americano da WSL deste ano, estão Wesley Santos, de Peruíbe, no litoral sul de SP, e Renan Pulga, da vizinha praia de Camburi, em São Sebastião.
O Red Nose São Sebastião Pro 2018 é uma realização da World Surf League (WSL), com os patrocínios da Red Nose, Prefeitura de São Sebastião, Jeep e Corona, apoios da Confederação Brasileira de Surf, Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião (ASSS) e Associação de Surf de Maresias (ASM), com divulgação da 89 FM e Waves.