Pela primeira vez Mato Grosso do Sul está comemorando o Dia do Orgulho Crespo. A lei nº 5.206/2018, de autoria do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), foi sancionada em junho deste ano e passou a integrar o Calendário Cívico e Cultural do Estado.
Defensor de políticas públicas que combata o preconceito racial e todo tipo de desigualdades, o parlamentar afirmou que o objetivo da lei é pautar politicamente a sociedade sobre a importância de compreender de que forma a negação do cabelo crespo está associada ao racismo e ao preconceito. “Só quem sofre a discriminação sabe exatamente o que isso significa. Por isso é essencial colocarmos pautas como essa no centro da discussão, visando sensibilizar a sociedade sobre a importância de combater esse e qualquer tipo de preconceito e que não há um padrão de beleza”.
De acordo com o deputado, a data escolhida foi uma forma homenagear a adolescente Karina Saifer de Oliveira, do município de Nova Andradina, que se suicidou aos 15 anos de idade após sofrer bullying na escola por causa do seu cabelo. “A discriminação por causa da cor da sua pele ou do tipo do seu cabelo é tão comum quanto imaginamos e isso tem causado grandes estragos na vida dessas pessoas, como aconteceu com essa adolescente aqui do nosso Estado”, comentou.
O autor da lei lembrou ainda que quase metade da população feminina no Brasil é preta ou parda, segundo o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e as mulheres negras mortas por agressão passou de 54,8% em 2005 para 65,3% em 2015.