Neste sábado (17/11) é lembrado o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. A data visa conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que deve atingir quase 70 mil brasileiros, somente neste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, atrás apenas do de pele não-melanoma.
A data é lembrada em meio ao Novembro Azul, iniciativa mundial que busca ainda desconstruir o preconceito dos pacientes quanto à consulta com urologista e o exame para o diagnóstico da doença. “O homem acredita que, ao consultar o médico e ser submetido ao exame da próstata, estará colocando em xeque sua masculinidade, esse preconceito é reforçado ainda, por piadas e brincadeiras no ambiente do trabalho, entre amigos e até parentes próximos”, aponta Rafael Buta, médico urologista oncológico da Aliança Instituto de Oncologia.
O especialista aponta ainda que dois em cada dez pacientes com câncer de próstata são diagnosticados em fases mais avançadas da doença, o que torna o tratamento ainda mais difícil. Ele reforça que a principal forma de prevenir o câncer de próstata ainda é com detecção precoce.
Mas quando começar os exames?
Buta explica que a partir dos 50 anos todo homem deve consultar um urologista regularmente para uma avaliação individualizada. Por meio desta avaliação inicial, que inclui análise dos fatores de risco, o médico define a periodicidade de realização dos exames. “Caso o paciente seja negro ou tenha parentes de primeiro grau com história de câncer de próstata, o indicado é que a avaliação seja iniciada aos 45 anos”, destaca.
Exames iniciais como dosagens do PSA (sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico) e o exame físico da próstata são fundamentais. “Quando a próstata sofre algum dano, seja ele decorrente de inflamação, infecção, crescimento benigno ou surgimento de câncer, o PSA é detectado em valores mais altos no sangue”, comenta Rafael.
Caso o PSA e o exame físico estejam alterados, o urologista solicita uma biópsia da próstata. Nesse procedimento são retirados fragmentos da glândula e analisados pelo patologista. Somente assim é possível afirmar com certeza o diagnóstico do câncer de próstata.
Apesar da gravidade, na maioria das vezes, a doença tem instalação e desenvolvimento lento. Nas fases iniciais o paciente não apresenta sintomas relacionados ao câncer de próstata, porém com o passar do tempo, o tumor cresce e pode ocasionar sangramentos, obstrução do jato urinário e dor na pelve. “Em fases mais avançadas, as células malignas podem espalhar-se pelo corpo, causando lesões nos ossos, pulmões e outros órgãos”, finaliza.