Quanto tempo você já conseguiu ficar longe do seu smartphone? Quantas horas de desconexão das redes sociais, ou ficar sem acessar e-mails, sites e aplicativos você conseguiu no último mês? Parece ser uma pergunta boba e despretensiosa, mas notamos que cada vez mais associamos nossa vida e nossos relacionamentos à conexão tecnológica.
Já reparou como muitos de nós, em algum momento da vida, já tivemos a clara sensação de que esse excesso de informação tem nos deixado atordoados e cansados? Nosso cérebro também altera suas funções, como a memória, ou seja, passamos a reter menos informação, ao passo que temos a informação ao toque dos dedos, pesquisando-a rapidamente.
Neste tempo de férias, trago uma reflexão: De que forma temos usado nosso tempo tão precioso? Apesar das facilidades proporcionadas pela tecnologia, podermos, por exemplo, registrar cada momento que temos, os lugares que visitamos, estamos ainda com uma imensa dificuldade para estabelecer limites saudáveis no uso dos smartphones, como apenas curtir as paisagens e sensações de um lugar, sem fazer selfie ou postar uma foto.
Quando damos férias aos celulares, estamos dizendo ao mundo que precisamos de tempo de convívio: conosco mesmo, com nossa solidão, com nosso silêncio, bem como conviver com amigos, família e outros núcleos sociais que não temos usualmente.
Uma ótima estratégia para o bom aproveitamento do tempo é planejar! Organize seu tempo de férias, sejam estas curtas ou longas, para que use melhor seu tempo livre. Sua realidade pode requerer o uso constante do celular, e, se este é seu caso, você pode fazer uma “peneira”, isto é, selecionar aquilo que precisa ver, definir horários para acessar informações, avisar as pessoas sobre sua decisão.
É possível, ainda, estabelecer novos hábitos diários que também ajudarão: evite levar trabalho para casa; faça suas refeições sem o uso de celulares, tablets, TVs ou computadores; desligue o celular para dormir ou deixe-o de lado, evitando olhar durante a madrugada (usar um relógio de verdade como despertador, ajuda muito); procure valorizar o contato humano “olho no olho” e aproveite a riqueza de cada momento.
Para que você possa se desconectar será necessário praticar intensivamente novos hábitos, mas, certamente, será um esforço que trará ótimos resultados! Ao concentrar-se nas experiências, cada uma a seu tempo, seu corpo e sua alma agradecem. Não adianta brigarmos com a tecnologia, pois deve ser nossa aliada no dia a dia. Todavia, a ela deve ser dado o devido tempo, para que, então, tenhamos uma vida mais saudável.
* Elaine Ribeiro é psicóloga clínica e organizacional da Fundação João Paulo II / Canção Nova.
Twitter: @elaineribeirosp