De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, os produtos lácteos estão entre os seis produtos de origem animal com maior volume de exportações. A fim de elevar a qualidade de produção, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul oferece capacitação em ‘Manejo básico de bovinos de leite’, em Mundo Novo, entre dias 22 e 24 de setembro; e em ‘Manejo de ordenha’ (manual e mecânica), em Camapuã, entre os dias 22 e 25 de setembro.
O instrutor do Senar/MS Eurípedes Alves Júnior explica que os dois cursos são complementares. “No curso de Manejo básico de bovinos de leite nós trabalhamos a parte de criação dos bovinos leiteiros, ou seja, o manejo essencial para que uma vaca possa atingir todo seu potencial leiteiro. Em Manejo de ordenha tratamos da qualidade da ordenha efetuada na propriedade rural para melhorar a qualidade do leite”, detalha.
O conceito de manejo abrange todas as tarefas desempenhadas diretamente com os bovinos, desde criação, manutenção (alimentação, higiene e vacinação) até a produção do leite. O técnico do Senar/MS explica que os ensinamentos começam com a vaca no pré-parto. A produção de leite está relacionada com os cuidados e condições físicas do animal durante a preparação para o parto e o parto em si. “Esses cuidados influenciam na qualidade do colostro que o bezerro vai mamar e, com isso, a qualidade de vida do bezerro. O aparelho produtor de leite também está sendo preparado, então a vaca também deve iniciar a lactação em boas condições físicas e bem nutrida”, ressalta. Após o parto, entre 5 e 7 dias, o leite já deverá estar pronto para o consumo. Desse modo, a vaca entra na rotina de ordenha da propriedade rural.
A alimentação é obtida principalmente das pastagens, devido ao baixo custo de manutenção. Outra opção é a silagem de milho, cana-de-açúcar, girassol e sorgo. O feno também pode ser aproveitado de sobra de pastagens durante o inverno. “É importante que a alimentação seja balanceada. Durante cada fase do animal, há uma mineralização necessária”, evidencia Alves.
O manejo dos bovinos e a produção leiteira variam de acordo com o potencial genético do animal, nutrição e o local de produção. Segundo o técnico, na região sul de Mato Grosso do Sul, a raça Holandesa é uma das maiores produtoras de leite. A raça Jersey também possui boa produção, porém a qualidade do leite é superior devido ao total de sódio em sua composição. A raça girolando é considerada a mais versátil do clima tropical e a mais comum no Estado.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa – IBGE, a produção de leite de em Mato Grosso do Sul em 2013 foi de 523,3 milhões de litros. O Estado ocupa 13º lugar no ranking nacional de produção leiteira.
A ordenha é uma das atividades de maior importância durante o manejo da vaca em lactação. Para garantir maior produtividade e boa qualidade do leite, a prática deve ser bem conduzida, feita em ambiente tranquilo e higienizado. O instrutor do curso de Manejo de ordenha, Diego Abes Xavier, explica que o objetivo é uma ordenha com higiene e qualidade. Além da prática da ordenha, durante o curso é ensinada como realizar a limpeza correta dos equipamentos, do animal, do ambiente e higiene pessoal do ordenhador. Se a ordenha é feita de forma incorreta, pode prejudicar a qualidade do leite e a saúde do animal. A mastite bovina, por exemplo, é uma doença em que ocorre inflamação da teta da vaca. “A higiene é fundamental para a conservação do leite dentro dos padrões exigidos, que é a Instrução Normativa (IN-62), do Mapa. O bem-estar animal também é uma preocupação da ordenha”, evidencia.
De 20 de setembro até o final do mês, o Senar /MS oferece 56 cursos e capacita mais de 1.700 produtores e trabalhadores rurais em Mato Grosso do Sul. Para mais informações, acesse o site www.senarms.com.br ou entre em contato pelo (67) 3320-9700.