Volkswagen T-Cross 1.0 TSI Comfortline tem desempenho de Polo, mas com preço de Golf

Versão com motor 1.0 turbo alia desempenho, equipamentos e valor de entrada competitivo

Volkswagen T-Cross Comfortline tem detalhes de acabamento mais simples (Foto: Divulgação)

Volkswagen T-Cross Comfortline tem detalhes de acabamento mais simples (Foto: Divulgação)

Até a estreia no começo de mês de abril, a Volkswagen mostrou o utilitário compacto por partes. Depois do design definitivo e da versão 1.4 TSI Highline, agora é a vez da aguardada configuração Comfortline com motor 1.0. O preço de R$ 99.990 faz a opção apelar para o quesito custo/benefício.

Quando chegar na concessionária, o cliente pode não querer pagar R$ 10 mil a mais pela versão topo de linha, Highline, de R$ 109.990. Mas talvez se anime a desembolsar R$ 5 mil a mais que a opção de entrada, a 200 TSI, de R$ 94.490, por mais equipamentos. O T-Cross Comfortline tem tudo para ser o “queridinho” da gama. Preconceito contra motor mil? É melhor deixar ele de lado.

Em um rápido contato de pouco mais de 200 quilômetros passando pelas belas praias do Rio de Janeiro em direção à Costa Verde, o T-Cross se mostrou bem disposto para carregar seus 1.252 kg – fora os 200 kg extras de dois ocupantes. O manjado motor 1.0 TSI de três cilindros, 128 cv e 20,4 kgfm é suficiente para movimentar o SUV com destreza tanto em trechos urbanos quanto em rodovias.

Motor 1.0 TSI consegue imprimir um desempenho bom (Foto: Divulgação)

Motor 1.0 TSI consegue imprimir um desempenho bom (Foto: Divulgação)

Claro que não com a mesma pujança do 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm, mas o SUV tem boas retomadas e dá para fazer aquela ultrapassagem na estrada sem demandar muito espaço. A oferta total de torque entre 2.000 e 3.500 rpm ajuda a ter essa presença de espírito, por mais que não sobre como o propulsor maior.

O câmbio sabe trabalhar essa vantagem da força a baixos e médios regimes. A caixa automática de seis marchas faz trocas suaves e na hora certa, inclusive quando é necessário mais força e reações rápidas. E há borboletas no volante para mudanças sequenciais.

Traseira do T-Cross se destaca pelas lanternas fumê unidas (Foto: Divulgação)

Traseira do T-Cross se destaca pelas lanternas fumê unidas (Foto: Divulgação)

Um ponto a ser melhorado é o isolamento acústico. O ruído do três cilindros infiltra no habitáculo, principalmente quando se abusa do acelerador.

O desempenho não chega a romper a barreira dos 10 segundos do zero a 100 km/h, isso fica para o T-Cross 1.4 TSI, mas o nível de desempenho é bom diante de rivais aspirados. A VW anuncia arrancada de zero a 100 km/h em 10,4 segundos.

O T-Cross Comfortline 1.0 TSI ainda não foi levado para a pista de testes, porém os números oficiais não ficam tão distantes dos 9,8 segundos marcados pelo Polo Highline na mesma prova. É uma pequena diferença explicada também pela diferença de peso de 105 kg entre eles, o equivalente a um adulto alto e bem alimentado.

Grade preto brilhante e logotipos diferencial a versão Comfortline do T-Cross (Foto: Divulgação)

Grade preto brilhante e logotipos diferencial a versão Comfortline do T-Cross (Foto: Divulgação)

Interior do Volkswagen T-Cross 200 TSI Manual (Foto: Divulgação)

Interior do Volkswagen T-Cross 200 TSI Manual (Foto: Divulgação)

Já os números de consumo ficam em 11 km/l e 13,5 km/l, com gasolina em cidade e estrada, respectivamente. Com etanol, as médias caem para 7,6 km/l (urbano) e 9,5 km/l (rodovia). Durante o test-drive, que mesclou estrada com forte trânsito, o computador de bordo marcou média de 11 km/l — com gasolina no tanque.

Quais são as diferenças de estilo

E como saber que se trata de um T-Cross 1.0? Bom, é fácil. Começa pela dianteira. A grade tem acabamento em preto brilhante, mas não é destacada pela moldura cromada da versão Highline. Atrás há a descrição 200 TSI, justamente para indicar os 200 nm de torque (ou 20,4 kgfm) — na Highline é 250 TSI. As rodas de 17 polegadas, coluna B pintada de preto brilhante e para-choque traseiro com apliques cromados estão lá.

Por dentro, as diferenças são mais aparentes. Só que não Comfortline há um agravante: não há nada para amenizar a quantidade de plásticos rígidos. Eles estão lá de forma crua, sem aquela finalização no painel que traz a cor da carroceria. Em dois tons de cinza eles são imperdoáveis para um carro de R$ 100 mil.

Já os itens de série são generosos: ar-condicionado digital, ajuste de lombar para o banco do motorista, câmera de ré, indicador de pressão dos pneus, manopla do câmbio revestida de couro, frenagem pós-colisão e sensores dianteiros de estacionamento são alguns destaques.

Opcionais ultrapassam R$ 16 mil

A versão ainda traz quatro pacotes de opcionais, que, juntos, somam R$ 16.750 e elevam o valor do SUV a R$ 116.740. O Exclusive & Interactive, de R$ 3.950, adiciona a central multimídia com 8”, comando de voz, entrada USB no console central, seletor de modo de condução, quatro tapetes de carpete, espelhos retrovisores eletricamente rebatíveis , acesso sem chave e botão de partida.

O Design View incorpora bancos de couro e apliques decorativos no painel por R$ 1.950. Já o Sky View tem nome sugestivo: teto sola panorâmico e sensores de luz e chuva. O pack mais caro, de R$ 6.050, é o Premium: tem park assist (sistema de estacionamento quase autônomo), faróis full-LED e som da grife Beats.

T-Cross brasileiro é maior

O T-Cross feito em São José dos Pinhais, no Paraná, usa a plataforma MQB-A0, a mesma do sedã Virtus. São 4,19 metros de comprimento, 1,56 m de largura e 2,65 m de entre-eixos. O SUV nacional é 9 cm maior no comprimento e 8,8 cm no entre-eixos em relação à versão vendida na Europa, além da suspensão ser 1,1 cm mais alta para encarar a buraqueira. Segundo a VW, a nacionalização das peças é de 70%.

O desenho da grade e dos para-choques também é específico para ir ao encontro das preferências do consumidor brasileiro.

Se prepare para o custo de opcionais, o T-Cross 1.0 TSI pode encarecer muito (Foto: Divulgação)

Se prepare para o custo de opcionais, o T-Cross 1.0 TSI pode encarecer muito (Foto: Divulgação)

Apesar das dimensões inferiores frente aos principais rivais, o T-Cross é espaçoso. Atrás, os três ocupantes não precisam de maiores intimidades para sentar. O console central com duas saídas USB atrapalha um pouco a colocação das pernas, mas nada grave.

Por sua vez, o porta-malas, por sua vez, acomoda parcos 373 litros. Supera em volume o do Renegade (320 l) e o do EcoSport (356 l), mas é menor que o de Creta (431 l) e HR-V (437 l).

Para compensar, a VW criou um sistema que amplia o compartimento para 420 litros. Mas o recurso faz com que o encosto da segunda fileira de bancos fique mais vertical. Assim, os passageiros viajam com menos conforto em troca de 47 litros adicionais no porta-malas. É o famoso cobertor curto.

Ficha técnica

Motor: Dianteiro, transversal, 3 cil. em linha, 1.0, 12V, injeção direta, flex

Potência: 128 cv (e) e 116 (g) a 5.500 rpm

Torque: 20,4 kgfm (e/g) a 2.000 rpm

Câmbio: Automático de 6 marchas, tração dianteira

Direção: Elétrica

Suspensão: Indep. McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)

Freios: Discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.)

Pneus: 205/55 R17

Dimensões

Compr.: 4,19 m

Largura: 1,75 m

Altura: 1,56 m

Entre-eixos: 2,65 m

Tanque: 52 litros

Porta-malas: 373 litros (fabricante)

Peso: 1.252 kg

0 a 100 km/h: 10,4 segundos (fabricante)

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