Campo Grande (MS) – Produzido em 1964 e com Clint Eastwood fazendo o primeiro protagonista de sua vida, o longa “Por um punhado de dólares”, dirigido por Sergio Leone, é a atração especial do projeto Cine Café desta segunda (08 de abril). O projeto é realizado no Museu da Imagem e do Som da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e começa às 19 horas. E a entrada, como sempre, franca.
O filme tem duração de 1h39min e traz a história de um pistoleiro sem nome (Clint Eastwood) que chega a San Miguel, uma cidade no México que faz fronteira com os Estados Unidos. O lugar está em guerra, dividido entre duas facções poderosas, os Baxters e os Rojos, e ambas querem o apoio do pistoleiro. Para ganhar dinheiro, ele aceita as duas propostas e passa a trabalhar para as gangues rivais.
Este Faroeste com muita ação é uma coprodução italiana/alemã/espanhola com Clint Eastwood, Marianne Koch e Margarita Lozano no elenco. Houve uma barreira linguística significativa no set, pois o diretor não falava inglês, e Eastwood comunicava-se com o elenco italiano e a equipe técnica principalmente através do dublê Benito Stefanelli. Todas as filmagens foram feitas em silêncio, e o diálogo e os efeitos sonoros foram duplicados na pós-produção.
Este foi o primeiro filme descrito como “Spaghetti Western”, e também o primeiro em que o diretor Sergio Leone e o compositor Ennio Morricone trabalharam juntos. Leone e Morricone, que se conheciam desde a 3° série, desenvolveriam uma relação bem próxima devido ao trabalho em conjunto que esteve em todos os filmes futuros de Leone.
O filme foi inspirado em Yojimbo, comédia satírica de Akira Kurosawa. Kurosawa insistiu em receber compensações. Após certo tempo, os produtores de Kurosawa conseguiram obter uma compensação de cem mil dólares, mais 15% da fatura mundial do filme.
Originalmente chamado de “The Magnificent Stranger”, algo como “O Estranho Magnífico”, o título só foi modificado para “A Fistful of Dollars” três dias antes de o filme estrear nos cinemas. Clint Eastwood ajudou a criar o visual diferente do seu personagem. Ele comprou um par de jeans pretos de uma loja de esportes em Hollywood Boulevard, o chapéu veio de Santa Mônica e os cigarros pretos vieram de uma loja em Beverly Hills. O próprio Eastwood cortou o cigarro em três partes para fazê-lo ficar menor. O ator não é fumante.
“Por um punhado de dólares” tornou-se o primeiro filme a exibir o famoso estilo distintivo da direção visual de Leone, que foi influenciado pelo paisagismo cinematográfico de John Ford e pelo método japonês de direção aperfeiçoado por Akira Kurosawa. Leone queria uma sensação de ópera para o seu oeste, e por isso há muitos exemplos de close-ups extremos nos rostos de diferentes personagens, funcionando como árias em uma ópera tradicional.
O ritmo, a emoção e a comunicação dentro das cenas podem ser atribuídos ao enquadramento meticuloso de Leone sobre seus close-ups, muito diferente do uso de close-ups de Hollywood, que os usou como cena de reação, geralmente para uma linha de diálogo que acabava de ser dita. Os close-ups de Leone são mais parecidos com retratos, muitas vezes iluminados com efeitos de iluminação do estilo renascentista, e são considerados por alguns como peças de design por direito próprio.
Serviço: A exibição de “Por um punhado de dólares” acontece na segunda-feira (08 de abril), às 19 horas, com entrada franca. O projeto Cine Café sempre oferece um cafezinho, chá e leite com chocolate e bolachinhas para os cinéfilos que visitam o museu. Para degustar estas delícias, basta trazer sua canequinha. O MIS fica no Memorial da Cultura e da Cidadania, na avenida Fernando Correa da Costa, 559 Centro, no terceiro andar.