Ela aprendeu a surfar em pleno Havaí quando morou em Honolulu com sete anos de idade e hoje, aos 13, é uma das grandes promessas do surf brasileiro feminino. Nos próximos dias 17 a 19, Nairê Marquez será um dos destaques nas categorias de base do Circuito Brasileiro de Surf Feminino, em Ubatuba. Competindo ‘em casa’, a atleta faturou dois títulos em 2018, na sub12 e sub14, e mostra animação para participar novamente.
A competição com a chancela da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp) foi idealizada pelo surfista Wiggolly Dantas e é resultado de convênio firmado entre a União, por intermédio da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e a Prefeitura Municipal de Ubatuba. Estarão em disputa as categorias pro adulto, pro júnior e longboard, todas com premiação em dinheiro, e as amadoras sub10, sub12, sub14 e sub16, como incentivo à formação de novos valores.
‘Prata da casa’, a sempre simpática e sorridente Nairê mostra entusiasmo para voltar a competir na Praia de Itamambuca e destaca a importância do evento. “Fico feliz pelo reconhecimento”, diz a atleta ao ser apontada como uma das favoritas. “Este campeonato organizado pela família Dantas é muito especial para mim, acredito que para todas as meninas. Vejo que é uma grande festa do surf feminino brasileiro e minhas expectativas são boas, independente de resultados, porque é bem legal encontrar, conversar, se divertir e surfar em Itamambuca com muitas amigas do surf, de diversos lugares do Brasil”, diz.
Para ela, competir “em casa” não gera pressão: “Não é nem mais fácil, nem mais difícil, mas competir em Itamambuca é muito gostoso. Acho a praia um ambiente muito aconchegante para todas, tem uma vibe super positiva, um espírito coletivo que prevalece em Ubatuba, e acho que por isso é muito legal. Claro que com a família e os amigos em casa é sempre bom, porque me sinto acolhida, mas bateria é sempre bateria”, fala a surfista, que venceu outras duas vezes no Brasileiro em Ubatuba (sub10 em 2016 e sub14 em 2017), é a atual vice-campeã paulista feminina sub16 e tem três títulos no Ubatubense (sub14 em 2017, sub12 e sub18 em 2018).
A atleta fica ainda mais animada depois da importante vitória no campeonato pro júnior em Búzios, mostrando seu potencial entre surfistas mais velhas. “Nossa! Ainda estou super feliz com esse resultado. Ano passado tive a minha primeira experiência na pro júnior no Brasileiro em Itamambuca e para este ano vou correr novamente algumas etapas da categoria para ganhar experiência”, conta.
“Eu sempre competi com meninas mais velhas. Então é meio que normal. Mesmo porque quando voltei do Havaí para Ubatuba, a categoria para meninas pequenas era a sub14 e naquela época eu tinha nove anos”, ressalta a atleta, recordando o seu início em ondas havaianas. “O surf faz parte da minha família. Todos surfam, pai, mãe, irmã, tios. Então, surfo desde pequenininha mesmo. Meu maior incentivador, sem dúvida, é o meu pai”, elogia.
A relação com o mar é ainda mais evidenciada por conta da profissão do pai, oceanógrafo, e Nairê sempre esteve próximo das ondas. “Ele estuda as ondas do mar”, argumenta a surfista, lembrando que quando era pequena morou na Costa Cantábrica, no norte da Espanha, e brincava na beira do mar com uma prancha de bodyboard. “A água era muito gelada lá”, afirma.
“Depois com sete anos passei quase dois anos no Havaí, onde frequentava quase que diariamente a praia de Waikiki, e costumava surfar nas ondas de Queens e Canoes, Diamond Head e Ala Moana com várias crianças. Lá tive contato com alguns campeonatos tradicionais locais, com toda esta cultura do esporte e quando voltei para Ubatuba o surf já fazia parte da minha rotina”, explica.
Atualmente ela treina com o pai sempre que possível e uma vez por semana tem orientação do técnico da Associação Ubatuba de Surf (AUS), Marcio Fagnani, o Cebola. “Surfo com mais frequência em Itamambuca, Praia Grande e Vermelha do Centro. Mas também surfo em outras praias, como Félix, Vermelha do Norte, Toninhas, Praia da Fazenda. Eu amo surfar em Itamambuca, é um dos picos favoritos, principalmente no canto direito”, revela.
Para o futuro, ao contrário do que a maioria descreve, de estar no Circuito Mundial e até ser campeã, Nairê é mais “pé no chão”, talvez influenciada pelos pais, estudiosos e que tem no surf um life style. “Os planos para o futuro não sei. Quero continuar surfando, ter saúde, ser feliz, poder brincar e incentivar outras meninas e ser divertirem com algo que seja bom, assim como o surf e o desenho são para mim”, anuncia a atleta, que tem um viés artístico e gosta muito de desenhar e pintar.
Independente do que quiser seguir, Nairê Marquez já desponta como um dos novos talentos do Brasil e tem o apoio integral dos pais, André e Mainara. “Eles fazem tudo para que eu faça o que eu queira. Me acompanham em tudo, às vezes só o meu pai, às vezes só a minha mãe, às vezes a família inteira”, completa.
INSCRIÇÕES – Para participar do Circuito Brasileiro de Surf Feminino, é preciso se inscrever até o dia 14. Na pro-adulto a taxa é de R$ 180,00; na pro-júnior, R$ 120,00; na longboard, R$ 150,00; e sub10, sub12, sub14 e sub16, R$ 90,00. O depósito deve ser feito na conta da Abrasp – Bradesco agência 3233 cc 85626-6 – CNPJ 31.886.401/0001-14, com os comprovantes enviados via-mail para abraspfeminino@gmail.com. Informações pelo WhatsApp (21) 99140-9715, com Pedro Falcão ou (11) 99292-4000, com Marina D’Amico. Não serão aceitos depósitos em caixas eletrônicos para evitar fraudes.
Idealizado pelo surfista Wiggolly Dantas, o Circuito Brasileiro de Surf Feminino em Ubatuba é resultado de convênio firmado entre a União, por intermédio da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e a Prefeitura Municipal de Ubatuba. Patrocínios da Wizard by Pearson, Dantas, Sicredi, Nyfan Energy e Ubasurf Motors, com apoios da Mormaii, Padaria Itamambuca, Quiosque Tia Albertina, Tape Brasil, Gigi Watery, Menina do Mar, Gangster e Pono Beachwear. Colaboração: Pousada Canto do Dado, Digital Brasil, Special Board, Silva Indaiá Supermercado, Unitau, ONG Esmeralda, Fisioterapia Sérgio Neri, Gaijin Massoterapeuta, Firma, Sportomics e Lazybbag. Divulgação: Waves, Woohoo, Tv Adventure e FMA Notícias. Supervisão técnica da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp), Federação Paulista de Surf e Associação Ubatuba de Surf (AUS).