A 22º edição do Encontro Técnico do Leite reuniu cerca de 150 produtores de leite, representantes do setor e autoridades na sexta-feira (07), no Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho. Durante todo o dia o evento debateu os desafios da comercialização do produto, em palestras e apresentação de casos de sucesso.
Segundo o vice-presidente do SRCG, André Moraes, os produtores rurais ficarão muito felizes no dia que conseguirem comercializar um litro de leite ao preço de um litro de água. “Temos reuniões todas as segundas-feiras e em todas o leite está na pauta. Nosso diagnóstico é de que temos um Governo que nos escuta, mas para isso precisamos nos unir, nos organizar e levar isso às autoridades. No leite hoje temos um gráfico em queda e temos de consertar isso”.
Ele se refere a queda de 46% na produção estadual de leite nos últimos quatro anos, passando de 364 milhões de litros em 2014 para 198 milhões de litros em 2018. Diretor do Sindicato Rural de Campo Grande e presidente do Conseleite (Conselho Estadual de Leite), Wilson Igi classifica o leite como um produto em extinção em Mato Grosso do Sul.
Superintendente da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Rogério Beretta, destacou que para vencer os desafios da comercialização é preciso estudar toda a cadeia. “Os desafios são muitos e o Governo precisa estar presente. É um conjunto de fatores importantes, onde é essencial a assistência técnica e o produtor precisa estar aberto para isso, estar aberto para a expectativa do consumidor, saber o que ele quer”, destaca.
“O cooperativismo está para dar suporte à cadeia do leite, um alimento imprescindível ao ser humano. A OCB/MS, que hoje completa 40 anos, esteve sempre ao lado do produtor de leite e continua desenvolvendo projetos para fomentar esse segmento do agronegócio”, declarou Celso Régis durante a abertura do Encontro Técnico do Leite.
Assessor Técnico em Pecuária de Leite na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Thiago Francisco Rodrigues, afirma que atualmente a atividade do leite se resume a uma palavra: eficiência. “O produtor hoje que não for eficiente está fadado a sofrer os males da ingerência do negócio dele. O primeiro ponto que a gente sempre alerta é que é preciso ter conhecimento do seu negócio, da porteira para dentro é preciso saber exatamente o que acontece”.