A Chevrolet está lançando aos poucos a sua nova linha de compactos. Embora o novo Onix sedã já tenha sido apresentado na China, o único contato que os jornalistas tiveram com ele no Brasil foi com uma unidade camuflada. Agora, foi a vez do Tracker ser apresentado por completo no país oriental. A primazia faz sentido: o mercado deles é bem maior e a parceira de desenvolvimento da plataforma GEM (Global Emerging Markets) é justamente a chinesa SAIC.
O Tracker será o terceiro produto da nova família a ser produzido no Brasil. O Onix sedã será lançado primeiro, logo depois virá o Onix Plus, nome que o hatchbak adotará para se diferenciar do Onix atual, que permanecerá em linha – o Prisma também continuará em cena. A denominação foi registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
O Tracker será lançado apenas em 2020. A produção do SUV será concentrada em São Caetano do Sul, cidade do ABC paulista. O novo carro tem 4,27 metros de comprimento e 2,57 m de entre-eixos, um incremento face os 4,25 m e 2,55 m do atual.
Motores 1.0 e 1.3 turbo
A surpresa foi a apresentação do motor 1.3 turbo. Batizado como 335T, o propulsor rende ótimos 164 cv e 24,5 kgfm, mais até que o 1.4 turbo do Cruze. Ele vem apenas com o novo câmbio CVT. O conjunto promete rapidez, com zero a 100 km/h em 8,9 segundos, além de ser mais econômico (19,6 km/l de gasolina pura).
A novidade pode desagradar os puristas, mas foi a forma mais racional de atender aos níveis de emissões imperante no país oriental (6B). Só não sabemos se o motor maior será exatamente como na China, tampouco se o Tracker nacional terá CVT – a GM acredita muito na transmissão automática de seis velocidades.
Confirmadíssimo para o Brasil, o 1.0 entrega respeitáveis 125 cv e 18,3 kgfm, números que ficam no meio do caminho entre o 1.0 TSI (do up!) e o 1.0 TSI (Polo e derivados) da VW. Ele conta com transmissão manual ou automática convencional, ambas com seis velocidades.
Duas versões do SUV
A General Motors tem planos ambiciosos para a nova geração do SUV. Ao contrário do modelo vendido atualmente no Brasil, o novo Tracker vai competir em duas faixas do segmento.
O modelo será vendido com motorização 1.0 turbo no subsegmento de entrada e terá um motor mais forte para enfrentar SUVs mais caros. É exatamente o mesmo caminho escolhido pela Volkswagen, que oferece o T-Cross com motor 1.0 TSI e 1.4 TSI. Seria interessante que o Tracker tivesse uma versão um pouco maior para enfrentar os rivais maiores, exemplo do Jeep Compass.
Segundo fonte ligada ao fabricante, a Chevrolet deve competir com diferentes variantes do mesmo carro, talvez diferenciadas apenas pela motorização. É uma estratégia diferente da China. Por lá, o compacto Trailblazer fará esse papel intermediário de ser a ponte entre o pequeno Tracker e o médio Equinox.
Há uma grande diferença de escala entre o Brasil e a China. A despeito da gama mais enxuta, os planos da Chevrolet para a nossa região são igualmente ambiciosos: um fornecedor chega a falar em 3 milhões de carros em toda a linha.
Claro que o número se refere a todos membros da família GEM. A General Motors nacional também está de olho no segmento abaixo do Tracker. A proposta da nova geração da Spin (o nome ainda não foi confirmado) deve seguir o estilo do crossover estrangeiro Orlando.
Seu papel continuará a ser de um veículo para sete pessoas abaixo dos R$ 100 mil. Até porque o Tracker não será vendido por aqui pelos mesmos preços da China, onde o SUV custa entre R$ 55.983 e R$ 78.400 (valores convertidos pela cotação do Yuan do dia).
Além disso, a mesma fonte afirmou categoricamente que a GM brasileira não investirá em SUVs mais caros que o Equinox e Traiblazer. O objetivo é concentrar esforços na porção que vende mais entre os utilitários.