No dia a dia vemos desentendimentos, injustiças, e uma série de casos de ofensas e agressões no noticiário. Na internet não é diferente, e o número de registros em delegacias de crimes cibernéticos é cada vez maior. Em meio a esse turbilhão, a macrossérie da Record, “Jezabel”, traz uma personagem que prega o contrário de tudo isto, caindo no gosto do público. Trata-se de Jarbas, interpretado pelo ator Alex Brasil.
Na trama, Jarbas é um Fenício que tenta viver em paz com os Israelitas e se destaca pelo senso de justiça. Perguntado sobre como encara o papel, Alex elogia a autora, Cristiane Fridman, e detalha como foi se preparar para a criação dessa personagem.
“Jarbas é uma personagem muito bem escrita e definida pela Cristiane Fridman. O que entendi e segui para criar essa personagem é que ele é pautado pelo senso de justiça. Para ele certo é certo, seja de que parte for: Israelita ou Fenícia. E o que acho que ela quis dizer com essa personagem é: podemos e devemos conviver em harmonia; seja você A, B ou C. O que realmente importa é você saber discernir e julgar o que realmente é justo, correto para nós enquanto sociedade. Independente de suas opiniões pessoais, independente de sua opção religiosa, antes do seu “Eu” gritar dentro de você, seu senso de justiça deve sempre prevalecer.”
O feedback dos telespectadores vão ao encontro do que Alex preparou para mostrar na TV.
“Pelo que eu tenho ouvido de pessoas nas ruas, mensagens de pessoas que acompanham a Macrossérie nas redes sociais é justamente o que procurei passar: que ele é um cara do bem, justo, que mesmo sendo Fenício, ele pensa no bem dos israelitas; no bem do ser humano. E saber que estou conseguindo levar essa mensagem, que estou conseguindo passar para as pessoas que por mais difícil que seja a situação, é sempre bom, é sempre melhor você fazer o bem para o próximo; seja ele seu amigo ou não.
Sobre o relacionamento conflituoso entre pessoas na internet, Alex deixa claro que a ferramenta é ótima, porém usada como tribunal de justiça.
Acho que a internet e as redes sociais são ferramentas incríveis. Suas facilidades tem proporcionado que pessoas, grupos e ONGs possam ter um canal onde podem ser ouvidas; onde podem expor suas opiniões, convicções, denúncias e pensamentos. O problema é que um número enorme de pessoas tem usado essas ferramentas para julgar e atacar o outro, achando que podem falar o que quiserem a respeito de pessoas e assuntos que elas sequer conhecem na realidade. Muitos têm usado essas ferramentas como um tribunal de justiça; onde sempre haverá um Promotor(a) e um Advogado(a) de defesa; o Juiz (que nesse caso é a verdade) nem sempre é o que mais importa.
Quando questionado sobre as semelhanças com sua personagem, Alex destaca que ouvir o próximo é sempre o melhor caminho e preza pela diplomacia.
“Assim como Jarbas, sou completamente aberto ao diálogo. Antes de bloquear uma pessoa por causa de divergências de pensamentos, procuro conversar com ela, expor meus argumentos, ouvir os da outra pessoa e chegar a um acordo. Mas se for uma pessoa cega, agressiva, que só vê seu lado, aí fica difícil qualquer tipo de diálogo. Felizmente nunca precisei bloquear ninguém. As pessoas às vezes se esquecem que nós vivemos em um país democrático, e isso é maravilhoso. Somos diferentes. Sendo assim, pensamos diferente. E que bom que assim seja. O que não podemos é pensar que só porque temos opiniões diferentes podemos julgar e achar que o outro que pensa diferente de você está errado.”
Alex encerra o papo com uma frase que exemplifica os atos de sua personagem na trama e a sua visão no mundo real.
“Tem uma frase de Mahatma Gandhi que acho ótima: A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.”