Em ação conjunta pelo turismo, grupo conhece principais cervejas artesanais fabricadas na Capital

Para Sebrae/MS e parceiros do trade turístico, segmento é tendência, agregando valor na experiência do turista e novo circuito para Campo Grande

O mercado das cervejas artesanais cresceu nos últimos anos, influenciado por um novo comportamento do consumidor e mais opções disponíveis. Segundo a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), no ano passado, 210 novas cervejarias foram inscritas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Hoje, são 889 empresas que geraram, pelo menos, 37 mil empregos diretos no país.

Em Campo Grande, a degustação de cervejas artesanais se tornou mais uma opção estruturada de produto para o turista. Para conhecer o que é fabricado na cidade e fomentar o turismo, o Sebrae/MS e representantes do segmento participaram de uma ação conjunta na última sexta (19): uma rota cervejeira pela Capital.

Sebrae/MS e trade turístico conhecem processo de fabricação de cervejas artesanais

O passeio turístico compreendeu uma visita guiada por quatro empresas localizadas em Campo Grande, que vendem cervejas artesanais: Bamboa, Morena Bier, Cervejaria Prosa e Cantô Gastropub. A rota é um produto criado pela Agência Real Travel Tour com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo para estimular o consumo de cerveja artesanal de qualidade. Nela, os visitantes conhecem o procedimento de fabricação da bebida e degustam os sabores especiais aromatizados com o que é encontrado na região, como Erva mate e Mandioca.

O gerente de Competitividade Empresarial do Sebrae/MS, Rodrigo Maia, enxerga um crescimento do setor na Capital, e uma oportunidade para fomentar o turismo como um todo. “As cervejas artesanais estão ligadas à uma experiência do turista, e o turismo é uma cadeia grande, que movimenta além de hotéis uma produção associada, como a gastronomia e as cervejas artesanais”, afirma.

A diferença entre a cerveja comercial e a artesanal é justamente o sabor, conforme explica o representante da Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Cerveja Artesanal (ACervA/MS), Fernando Cézar. Para ele, quanto mais o setor crescer, um novo circuito surgirá na Capital. “Muitas pessoas enxergam Campo Grande como ‘pouso’, agora é possível fazer essas pessoas ficarem mais tempo aqui neste circuito que está sendo criado”.

O presidente do Conselho Municipal do Turismo, Marcelo Mesquita, concorda. Para ele, estruturar uma rota cervejeira é investimento, feito de forma conjunta entre as instituições. “Incentivamos a rota porque o Turismo deve ser de experiência, quando você associa uma rota de cervejas artesanais podendo ir até uma fábrica, isso dá uma sensação profunda para o turista. A maioria das cervejas artesanais começam de pequeno porte e sabemos da importância do Sebrae para apoiar e desenvolver esse pequeno empresário”, explica.

Cervejarias

É o caso de uma das cervejarias visitadas, a Morena Bier. Empresa de Pequeno Porte tocada por uma família, ela completará em 2019 sete anos de existência, tendo como um dos diferenciais o investimento na valorização da cultura regional. Prova disto é o nome das embalagens: Mani-oca, palavra indígena da língua Guarani para Mandioca, e a cerveja de Cumbarú, feita a partir do fruto típico do Cerrado encontrado em Mato Grosso do Sul.

Atualmente, a Morena Bier conta com cinco cervejas no catálogo, além das parcerias com as chamadas “ciganas”, que são outras marcas que utilizam o espaço da fábrica para a produção. A proprietária Alessandra Tessari declara que o surgimento de mais empresas no ramo é algo positivo. “São mais opções, o que muda ainda mais o comportamento do consumidor”.

Outra empresa que também utiliza a cultura do Estado como “matéria-prima” para a produção de cervejas artesanais é a Cervejaria Prosa, que começou as atividades em 2014. Hoje, já são 10 cervejas que fazem parte do cardápio. Em comum, estão as referências a Mato Grosso do Sul. O próprio nome é uma homenagem a um dos principais córregos da Capital. Já a cerveja Ipê, por exemplo, tem um leve aroma floral e carrega no nome a árvore símbolo de Campo Grande.

“É um alimento integral, sem conservantes, sem açúcar, que faz bem às pessoas, e a gente procura produzir cervejas com uma alma sul-mato-grossense, com muita regionalidade, com aquilo que nós somos como sociedade”, declara o diretor socio-proprietário da Prosa, José Hipólito Lima.

Passeio aprovado

O passeio agradou o carioca Paulo Roberto Cruz, que mora em Campo Grande há quase 30 anos. Agora, ele vai divulgar o produto turístico para amigos. “Consumo cerveja, e para mim, é uma experiência nova porque nunca havia visto a fabricação, vou recomendar para meus amigos”. Para conhecer as cervejarias existentes na capital, os interessados podem acessar o guia da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

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