No início do sétimo dia de disputas por medalhas nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019, 51 atletas contemplados pelo Programa Bolsa Atleta já subiram ao pódio, em 13 modalidades diferentes. Os patrocinados pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania conquistaram ou tiveram participação ativa em 41 das 47 medalhas brasileiras até o momento, ou 87% do total. O investimento anual nesses 51 medalhistas é de R$ 1,78 milhão. Dos 485 atletas originalmente inscritos na delegação brasileira, 333 são contemplados pelo Bolsa Atleta, em um aporte de R$ 14,6 milhões por temporada.
O destaque mais recente veio no badminton. Pela primeira vez na história, o esporte das raquetes e petecas garantiu cinco pódios numa edição do Pan. Sete dos oito atletas chegaram a cinco semifinais: duplas femininas (duas equipes), duplas mistas, duplas masculinas e individual masculino. Com quatro bronzes e uma final, a ser disputada nesta sexta (02.08) por Ygor Coelho, o elenco posicionou o badminton no mapa de excelência do continente.
O badminton é uma das dez modalidades do Pan em que 100% dos atletas inscritos são integrantes do Bolsa Atleta. O investimento no elenco soma R$ 192,6 mil ao ano. Na modalidade como um todo, são apoiados pelo governo federal atualmente 88 nomes, o que representa um aporte de R$ 1,5 milhão no ano.
“Desde os 14 anos recebo o Bolsa Atleta. Isso me permitiu viajar para torneios internacionais, nacionais e continuei sendo um dos melhores do país. Isso me ajudou inclusive a comer”, afirmou Ygor Coelho, que hoje integra a categoria Olímpica e iniciou no esporte num projeto criado pelo pai na Comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro. “Não só para mim, mas os atletas da minha equipe vêm de uma situação difícil. Eu tenho a maior honra de ser bolsista. Se não fosse isso, não estaria fazendo história hoje”.
Outro destaque no badminton é o investimento de R$ 6 milhões na construção e equipagem do centro de treinamento de excelência na Universidade Federal do Piauí. O complexo conta com ginásio com seis quadras de badminton, de acordo com as normas internacionais, além de arquibancada para 500 pessoas, academia, departamento médico, alojamento, cabines para imprensa, auditório, biblioteca e espaço administrativo. Do total do investimento, R$ 4,9 milhões foram para construção e R$ 1,1 milhão para aquisição do ar-condicionado.
Ginástica no topo
Mais um ponto alto na campanha nacional foi registrado na ginástica artística, que colecionou 11 medalhas e sai da capital peruana com a melhor campanha da história. Foram quatro de ouro, quatro de prata e três de bronze. Em termos quantitativos, o resultado equivale ao obtido no Pan de 2007, no Rio de Janeiro, mas o quadro qualitativo pesa a favor de 2019. No Pan de Lima, os ginastas obtiveram mais pratas, quatro, contra duas na capital fluminense.
Além da ginástica, o triatlo apresentou desempenho inédito, ao conquistar quatro medalhas, duas delas de ouro (no individual feminino e no revezamento misto), além de duas de prata. Os quatro atletas inscritos subiram ao pódio. Os quatro são bolsistas.
O taekwondo, por sua vez, “inflacionou o mercado”. Sete dos oito atletas brasileiros voltaram para casa com medalha, numa performance inédita. Foram dois ouros, duas pratas e três bronzes. Desses, apenas um bronze não veio dos golpes de um bolsista. Entre os medalhistas, Edival Pontes, Paulo Ricardo e Maicon Andrade são integrantes da categoria Pódio, a mais alta do programa Bolsa Atleta.
Equipes contempladas
Dos esportes por equipe que conquistaram medalha, a ginástica artística teve 9 dos 10 atletas que representaram o Brasil sendo bolsistas, entre eles os atletas da categoria Pódio Caio Souza, Francisco Barretto, Flavia Saraiva, Arthur Zanetti e Arthur Nory. O Brasil conquistou o bronze com o time feminino e o ouro com o masculino.
O handebol feminino também voltou para casa com o ouro. E oito das 14 atletas convocadas são beneficiárias do investimento federal. O ciclismo de pista ficou com o bronze na prova de velocidade por equipes: três atletas, três bolsistas.
Dados a favor das políticas públicas
O desempenho dos atletas brasileiros é acompanhado em tempo real por pesquisadores do Projeto Inteligência Esportiva (IE), com objetivo de avaliar a participação do Brasil na competição, bem como levantar dados que possam subsidiar o acompanhamento e a implementação de políticas públicas.
O projeto IE é uma ação conjunta entre o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania. Criado em 2013, tem objetivo de produzir, aglutinar, sistematizar, analisar e difundir informações sobre o esporte de alto rendimento no Brasil e analisar as políticas públicas para o esporte de alto rendimento.
Rededoesporte.gov.br, com colaboração de João Victor Moretti, do Projeto Inteligência Esportiva