Optar por dietas restritivas é uma saída comum para quem quer perder peso. Entretanto, este tipo de dieta costuma estar relacionada ao famoso hábito de “meter o pé na jaca”. O resultado é que as pessoas recuperam o que perderam e, em muitos casos, ganham ainda mais peso, experimentando o conhecido efeito sanfona. “Isso acontece porque a dieta priva as pessoas de comerem o que querem, fazendo com que se sintam culpadas quando comem algo proibido e desmotivando-as a continuar”, explica Ivana Cobe, nutricionista do 5S Estilo de Vida Saudável – metodologia multidisciplinar de emagrecimento sustentável.
Para resolver esse problema não há milagre: é necessário mudar a relação com a comida para não ficar mais refém das dietas. “O primeiro passo é o paciente entender que a questão não é o que ele come, mas por qual motivo ele come. Para isso, ele precisa se questionar: É mesmo necessário consumir isso? É para satisfazer as vontades da mente ou é uma necessidade física?”, sugere Ivana.
Confira abaixo outras dicas da nutricionista para seguir uma vida alimentar equilibrada, evitar o efeito ioiô e manter o peso perdido:
Mude a mente
“De uma forma geral, as pessoas comem como uma forma de aliviar as tensões do dia a dia”, explica Ivana. Segundo a nutricionista, o problema disso é que os alimentos mais açucarados e gordurosos são como um falso conforto para a tristeza e o estresse. Por isso, é preciso mudar hábitos e permitir que a mente entenda que o prazer também pode estar associado a alimentos e atividades saudáveis. “Estamos falando de mudanças difíceis de serem colocadas em prática, pois são muitos anos de uma relação equivocada com a comida, mas o importante é dar o primeiro passo. Uma dica para trilhar este caminho é buscar apoio de profissionais que ajudarão a pessoa a ter uma visão diferente e também a implementar mudanças de rotina.”
Mantenha os novos hábitos
Acostumar a mente com as novas escolhas alimentares pode parecer impossível no começo, mas é importante não desistir! Um estudo de Jane Wardle, do University College de Londres, publicado no European Journal of Social Psychology, afirma que são necessários 66 dias para transformar uma atividade em algo automático. “Continue firme! Quanto mais vezes um comportamento positivo é repetido, mais o cérebro entende a nova ‘programação’ e passa a substituir antigos hábitos nocivos.”
Encare os problemas
Comer por compulsão, sem prestar atenção na qualidade do que se come ou utilizando a comida como “conforto” são hábitos que podem estar ligados a angústia, ansiedade, tristeza, baixa autoestima. “A pessoa precisa se olhar por dentro e identificar os gatilhos emocionais que a levam a se alimentar de forma errada. Será muito difícil adotar um novo estilo de vida se a pessoa não assumir seus problemas e se predispor a realizar mudanças em diferentes aspectos de sua vida”, finaliza.
Coma o que tiver vontade, mas com consciência
Obter hábitos alimentares saudáveis não significa não comer mais guloseimas. “A pessoa pode comer o que quiser, contanto que tenha disciplina. Por exemplo, se quiser comer bolacha doce, pode comer uma, mas não o pacote inteiro. Nosso cérebro não necessita mais do que 2 bolachas para sentir o prazer que a serotonina dispara em nosso corpo quando comemos um doce”. A nutricionista ressalta que o importante é seguir a rotina saudável. “Muitas vezes as pessoas se sentem culpadas por terem comido algo muito calórico e, em vez de retomar imediatamente à alimentação saudável, acabam comendo compulsivamente outros alimentos calóricos.”
Anote e compartilhe o que come
Pode até parecer estranho em um primeiro momento, mas relatar em um caderno tudo o que é consumido nas principais refeições faz toda a diferença, pois traz consciência sobre aquilo que é ingerido.
Os pacientes do 5S Estilo de Vida Saudável, por exemplo, contam com orientação e reeducação alimentar, e compartilham suas refeições em grupos via aplicativo próprio, tendo o acompanhamento remoto diário de nutricoaches e coaches para auxiliar na manutenção dos novos hábitos alimentares. “Compartilhar os pratos, seja com uma amiga, profissional ou até mesmo nas redes sociais, gera ainda mais motivação para continuar firme na reeducação alimentar.”