Dia 27 de setembro é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Para chamar a atenção para a importância da doação e seu impacto sobre o número de realização de transplantes, o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF) – líder e vice-líder em transplantes renais e hepáticos no Rio de Janeiro, de acordo com o ranking da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) – preparou uma programação especial esta semana, que culmina com uma mesa redonda com depoimentos de pacientes transplantados e a realização da missa do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta. “Vamos celebrar a vida e mostrar como é possível voltar a viver as alegrias cotidianas após transplante”, diz Frei Paulo Batista, diretor do HSF. A novidade a se comemorar neste 2019 é um aumento de cerca de 40% no número de transplantes de rim realizados na unidade.
“Alcançamos a marca de 201 transplantes renais realizados de janeiro até o dia 26 de setembro desse ano, contra 148 no mesmo período do ano passado. Só até 26 de setembro, 30 transplantes foram realizados”, comemora a coordenadora da equipe de transplantes renais do HSF, a nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho, fundadora e diretora da ABTO. A médica cita pelos menos três razões para o resultado positivo: o aumento no número de notificações e de captação de órgãos, ao grande número de pacientes inscritos em lista de espera e a especialização da equipe. “Uma equipe especializada nos permite aceitar órgãos de critério expandido, ou seja, aqueles que não estão nas condições ideais para o transplante. Isso aumenta a complexidade do procedimento, mas por outro lado, garante que mais vidas sejam salvas e que não haja o desperdício de órgãos”, destaca a especialista.
Diretor educacional do Programa Estadual de Transplantes (PET) e integrante da equipe de transplantes renais do HSF, o nefrologista Onofre Barros aponta que o aumento de órgãos disponíveis para transplante é fruto de medidas implementadas junto às equipes da Organização de Procura de Órgãos (OPO) que atuam em hospitais de todo o estado. “O PET conta com multiplicadores que treinam as equipes de assistência para identificar casos de morte cerebral e para que façam a notificação de forma mais rápida”, afirma Barros.
Histórias de superação
Esperança é a palavra mais adequada quanto o assunto é transplante de órgãos. Esse é um sentimento em comum entre a equipe multidisciplinar e pacientes do HSF.
A história de Cilber de Lima Santos traduz bem essa expectativa. Jogador de vôlei, ele precisou abandonar o esporte aos 30 anos devido ao avanço do ceratocone, uma doença ocular degenerativa que pode causar cegueira. Anos mais tarde, uma forte infecção levou à perde total da visão. Mas graças ao transplante de córneas realizado no HSF, ele voltou a enxergar. Luis Fernando Marques também tem motivos de sobra para comemorar. Depois de esperar 10 anos na fila por um novo fígado, ele tinha o sonho de poder caminhar ao lado das filhas, na época com 13 e 15 anos. O transplante realizado em outubro de 2017 devolveu a Luis a chance de ter vida normal, com a esposa e as filhas. Dona Marlene Lemos, de 76 anos, recebeu, em março de 2018, o milésimo rim transplantado no HSF. “Eu sou uma felizarda. Desde 2007 estava nessa luta, e desde 2011, fazia diálise 3 vezes por semana. Agora, consegui meu rim, graças a Deus. É outra vida! Minha mensagem para quem precisa de um transplante: não desista do seu objetivo! Viver é bom!”, festeja ela.
Transplantes no HSF
De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a unidade é a que mais realiza transplantes renais no Rio de Janeiro, ocupando o quarto lugar no ranking nacional. Já em relação aos transplantes hepáticos, o HSF é a segunda maior unidade transplantadora do estado. Chefe do Serviço de Transplantes de Fígado, o cirurgião Eduardo Fernandes é, desde 2016, o médico que mais realiza transplantes de fígado em todo o país. “Este grande volume de cirurgias nos credencia a formar profissionais e a difundir inovações e tecnologias. Alcançamos resultados cada vez melhores, mesmo quando partimos de situações extremamente graves”, afirma Fernandes. Atualmente, de acordo com ele, a sobrevida média dos transplantados hepáticos no HSF é de 85%, bem acima da média nacional que é de 70%.
Além dos transplantes de fígado e rim, desde meados de junho de 2018 o HSF sedia serviço de transplantes de córneas que tem a capacidade para ser o maior do estado do Rio. “Nossa expectativa é ajudar o estado a zerar a fila de espera desse procedimento. Acredito que dentro de um ano será possível reduzir drasticamente essa fila”, adianta Gustavo Bonfadini, que coordena o serviço junto com o também oftalmologista Victor Roisman. Os médicos destacam ainda que o local é o único do Rio de Janeiro a funcionar dentro de uma unidade hospitalar de alta complexidade, garantindo total segurança para os pacientes.
Desde 2013, quando o Centro Avançado de Transplante de Órgãos e Tecidos do Hospital São Francisco na Providência de Deus começou a funcionar, mais de 2 mil pessoas ganharam uma nova chance para retomar suas vidas e recuperar a saúde após receberem novos órgãos – rim, fígado ou córneas.