O alto nível técnico e as dificuldades de trechos escarpados e pedregosos no roteiro cuidadosamente selecionados na região do Deserto do Saara estão surpreendendo os competidores da 20ª edição do Rally do Marrocos, válido pela última etapa do Campeonato Mundial de Rally Cross-Country – que realiza corridas no estilo Dakar. Neste domingo, a dupla brasileira Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin teve um dia de emoções contraditórias: de um lado, a tensão causada pelo percurso, que exigiu demais dos navegadores, ofereceu dificuldades extras e perigos constantes. Mas o quinto lugar obtido no resultado final da etapa deste domingo vai dando à tripulação do Can-Am Maverick X3 da equipe Monster Energy a tranquilidade de saber que o empenho diário vale a pena e, a cada dia que passa, pode deixar o título mundial mais próximo.
“É um alívio terminar, conseguir chegar ao fim ilesos, em um dia de rally como o de hoje. A navegação foi extremamente difícil. Nós, como vários outros, chegamos a sair momentaneamente do trajeto, mas percebemos e conseguimos recuperar um pouco. Considerando tudo o que aconteceu, acho que foi um bom dia”, avaliou Gustavo Gugelmin. “No começo o trajeto era mais rápido, mas logo chegamos nas dunas. Depois andamos bastante no que pareciam leitos secos de rio – mas você não tem como saber – e também passamos por topos de montanhas. Até quem está acostumado com o Mundial se surpreendeu”, destacou o navegador da equipe Monster Energy/Can-Am.
“Eu já fiz rallies difíceis, mas a especial de hoje… bom, de pedra a gente nem fala mais, por que aqui no (Rally do) Marrocos a quantidade é enorme”, concorda Reinaldo Varela. “Tinha momentos em que o Gustavo me mandava ir para alguns lugares que eu dizia “Meu Deus…”. Mas no fim aquele era mesmo o percurso certo. Difícil, mas conseguimos dar uma recuperada e estamos dentro de nosso objetivo para o Marrocos, que é chegar ao título mundial”, completa Varela.
Principais rivais dos brasileiros na disputa pelo título de 2019, os russos Fedor Vorobyev/Kirill Shubin estiveram entre as vítimas da navegação extremamente técnica e dos muitos obstáculos e perigos do percurso. Depois de avariar a traseira de seu UTV ao se chocar com uma pedra, eles também tiveram um pneu furado e como resultado terminaram a corrida bem atrás dos brasileiros. No sábado, primeiro dia de prova, eles cruzaram a linha de chegada logo depois de Varela/Gugelmin. A dupla brasileira precisa de apenas dois pontos para se sagrar campeã, sem depender do resultado dos rivais.
O quinto lugar deste domingo se soma ao oitavo conseguido pela dupla no sábado após uma pane elétrica, que foi consertada por Varela/Gugelmin com o rally em andamento. Com o desempenho deste domingo, a dupla brasileira ganhou três posições na classificação geral da categoria T3 (UTVs). A liderança é dos poloneses Aron Domzala/Maciej Marton.
A segunda-feira reserva uma especial de 440 quilômetros, o equivalente à distância entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro – mas com o detalhe de ser percorrida em trilhas repletas de perigos e em alta velocidade.
Confira os melhores no segundo dia do Rally do Marrocos:
1) Aron Domzala/ Maciej Marton (Polônia), Can-Am Maverick X3
2) Gerrard Farres Guell/Armand Monleon (Espanha), Can-Am Maverick
3) Sergei Kariakin/Anton Vlasiuk (Rússia), Snag Proto
4) Aleksandr Dorosinskiy/Oleg Uperenko (Rússia/Lituânia), Can-Am Maverick X3
5) Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, Can-Am Maverick X3
Classificação geral da categoria T3 (UTV):
1) Aron Domzala/ Maciej Marton (Polônia), Can-Am Maverick X3
2) Gerrard Farres Guell/Armand Monleon (Espanha), Can-Am Maverick
3) Sergei Kariakin/Anton Vlasiuk (Rússia), Snag Proto
4) Aleksandr Dorosinskiy/Oleg Uperenko (Rússia/Lituânia), Can-Am Maverick X3
5) Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, Can-Am Maverick X3
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