No segundo dia de compromissos na Argentina, a delegação composta por diretores da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), se reuniu com representantes da Federação Econômica de Tucumán, a província mais industrializada do norte do país, para a assinatura do Termo de Cooperação que prevê o fortalecimento e a integração econômica entre as duas regiões, a fim de promover o desenvolvimento de investimentos e oportunidades de negócios. Como resultado desse acordo espera-se a comercialização de produtos de Tucumán no Brasil, e dos produtos brasileiros em Tucumán.
“A importância de assinarmos esse convênio com Tucumán diz respeito ao grande potencial de fechamento de negócios para exportação e importação que a região oferece. Nosso diálogo com representantes do governo é antigo, e eles têm grande interesse na nossa capital, e em Mato Grosso do Sul como um todo, para a promoção de negócios com nossos empresários. Esse convênio vai permitir o intercâmbio de informações, a troca de conhecimento das potencialidades entre as duas regiões e, consequentemente, o desenvolvimento empresarial de ambas”, acredita o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro.
O economista-chefe da ACICG, Normann Kalmus o valor e benefício comercial da parceria com a Federação Econômica de Tucumán, que é composta por mais 50 associações representativas dos setores de comércio, serviços e indústrias da região. “Esta é a região mais industrializada do norte da Argentina. Embora seja a menor província, ela é extremamente importante do ponto de vista estratégico, porque teremos aqui a possibilidade de encontrar fornecedores e clientes para os nossos produtos”.
Para o presidente da Federação Econômica de Tucumán, Juan A. Rodriguez, o acordo vem ao encontro da necessidade que a província tem de resolver seus problemas logísticos. “Há poucos participei de uma reunião para discutir nossas rotas logísticas, porque este é um dos principais problemas que temos por vias terrestres, aéreas, todas, e creio que chegou o momento de Tucumán ir além do que já desenvolve economicamente, e de manter um contato permanente com regiões que vivem essa mesma realidade. Nós precisamos trabalhar direito essa questão, e os empresários da ACICG são bem vindos em nossa casa”.
Ainda na manhã desta sexta-feira (11), a delegação se reuniu com o governador, Dr. Juan Luis Manzur, chefe da província Tucumán, e em seguida se encontrou com representantes do Ministério do Desenvolvimento e Produção, localizado dentro da Casa de Governo. Participaram do encontro, Mariano Fernández, subsecretário de Integração Regional da Secretaria de Relações Internacionais, e a Secretária de Coordenação e Controle Gerencial do Ministério de Desenvolvimento Produtivo, Erika Zain El Din.
Na reunião foram apresentadas informações sobre o potencial de oferta exportável de Tucumán para os diretores da ACICG tivessem uma visão final dos produtos locais que possam interessar ao mercado campo-grandense, e, por sua vez, a Associação Comercial também apresentou um leque de oportunidades que podem interessar à província argentina, enfatizando a produção de micro e pequenos empresários.
Para o subsecretário de Integração Regional da Secretaria de Relações Internacionais de Tucumán, Mariano Fernández, o encontro permite o posicionamento da província na região e no Zicosur (Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul), que é administrado pelo governador de Tucumán: “o acordo assinado entre a Província, a Federação Econômica de Tucumán e a ACICG vai iniciar uma integração regional pelo comércio e turismo. Essa missão surgiu como resultado das conversas promovidas há muito tempo sobre o corredor bioceânico entre Brasil, Argentina e Chile”, lembra.
Na ocasião, discutiu-se também a integração da Associação Comercial de Campo Grande à Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul (Zicosur). “Mato Grosso do Sul faz parte do Zicosur deste o seu início, no entanto a participação governamental exclusivamente não foi efetiva. A maioria das pessoas nem sabe o que é o Zicosur. A importância de a Associação Comercial ser incorporada a esse grupo é muito grande, em função da possibilidade de fazer com que os associados se integrem mais entre o nosso grupo de empresas e, evidentemente, também com outras associações. Então, o que fizemos nesta viagem não foi simplesmentes estreitar laços comerciais, mas firmamos convênios que vão efetivamente facilitar a troca comercial entre províncias argentinas e Campo Grande, além que conquistamos o apoio dos governadores de Jujuy e Tucumán, para sermos integrados ao Zicosur”, comemora o economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus.
Zain El Din, secretária de Coordenação e Controle Gerencial do Ministério de Desenvolvimento Produtivo de Tucumán, disse que, no âmbito do Zicosur, a província propõe duas dimensões: “existe uma infraestrutura – em referência a rotas – e propomos que viajem com produtos de Tucumán para alcançar um mercado com dois milhões de habitantes e isso pode ser expandido para 10 milhões de pessoas. O outro valor do acordo está na possibilidade de formalizar esse intercâmbio entre micro e pequenas empresas do interior de países muito semelhantes. São oportunidades de mercado para empresas que não exportam hoje, mas que em um raio de 1.500 km podem fazê-lo”.
Normann Kalmus explica que para o associado da ACICG, a participação mais efetiva da entidade no Zicosur é essencial para melhorar a integração com os mercados abrangidos pela Zona de Integração, que são: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru. “Estar dentro deste grupo é extremamente interessante, porque não é um grupo de governo; ele nasceu com iniciativa privada, com empresas se reunindo, e depois disso ele foi incorporado aos processos e estruturas governamentais. Durante um tempo ele ficou parado, mas agora os governos perceberam que, o que se deve fazer é incorporar a iniciativa privada, porque de outro jeito não existe nenhum tipo de integração e de promoção comercial. Estamos entrando, portanto, nessa nova fase do Zicosur como representantes desse grande grupo de 7.800 empresas associadas que ACICG tem. Evidentemente isso vai facilitar a criação de laços, estimular a integração de nossas cadeias produtivas e o desenvolvimento de nossos mercados de uma forma mais homogênea, inclusive considerando nossas trocas intraregionais. Não estamos falando de exportar para outros mercados distantes como China, por exemplo, estamos falando de melhorar o trânsito de comércio entre nossas regiões”, finalizou.