Mar pequeno e disputas acirradas marcam os títulos paulistas de Daniel Adisaka e Cauã Gonçalves no Hang Loose Surf Attack

Surfistas comemoraram conquistas na Praia de Juquehy, São Sebastião

Cauã Gonçalves no Hang Loose Surf Attack em Juquehy – Foto: Munir El Hage

Com mar pequeno, disputas acirradas e emocionantes, o Hang Loose Surf Attack conheceu mais dois campeões paulistas neste sábado (26), no segundo dia da etapa final, que está sendo realizada na Praia de Juquehy, em São Sebastião. Foram duas conquistas “caseiras”, com Daniel Adisaka faturando o seu terceiro título seguido no Circuito, o segundo na júnior (sub18), ao vencer a final numa onda no último minuto, e Cauã Gonçalves na mirim (sub16), com o segundo lugar na categoria, também nos instantes decisivos.

A competição está prevista para seguir neste domingo, com a decisão de mais dois títulos individuais, na feminina (sub16) e na petit (sub10), além de confirmar São Sebastião com a cidade campeã 2019. Neste sábado, novamente as ondas ficaram pequenas, com no máximo meio metro, mas os competidores tendo de se esforçar ainda mais para garantirem boas performances.

Entre os mais velhos, Daniel Adisaka só poderia pensar em vitória para comemorar o título e repetiu as boas apresentações de sexta-feira, quando garantiu a maior média do evento, 14,80 pontos. Na final, com poucas ondas, ele começou muito bem, com 7,75, mas viu Diego Aguiar, de Ubatuba, ir para primeiro na soma das duas ondas. Precisava apenas de uma nota 4 para garantir a vitória e só conseguiu virar o placar no último minuto, com 4,25.

Daniel Adisaka no Hang Loose Surf Attack em Juquehy – Foto: Munir El Hage

Ele chegou a sair do mar, sem saber o resultado, se ajoelhou na areia, com seus pais, Jackson e Claudia ao seu lado, aguardando a divulgação da nota e, ao ouvir a nota do locutor Paulo Issa, vibrou muito. Didi foi o segundo, seguido do conterrâneo Lucas Lisboa e do guarujaense Pedro Pupo.

“Foi bizarro! Eu mentalizei em apenas fazer meu surf, fiquei focado 100% no meu desempenho e o resultado seria consequência. Cheguei muito confiante, estava conectado com o mar e no minuto final Deus me presenteou com a onda da virada”, vibrou. “Sou muito grato a Deus por isso, por que sem ele nada disso teria acontecido”, disse o surfista de 17 anos, campeão paulista mirim em 2017 e júnior no ano passado.

No ranking, somando as três melhores etapas, Dani terminou com a mesma pontuação do também sebastianense Caio Costa, que está competindo no ISA World Junior Championship, nos Estados Unidos, e ficou com título no desempate do quarto resultado. Ele iniciou o Circuito com o 25º lugar, competindo em Maresias. Depois, levou a vitória em Ubatuba e foi o quinto em Guarujá. “Estou treinando muito e sei que tudo isso é fruto do meu esforço. Encerro minha participação no Hang Loose em grande estilo, com sentimento de dever cumprido. Agora é pensar no Pro Júnior”, falou.

Diego Aguiar no Hang Loose Surf Attack em Juquehy – Foto: Munir El Hage

Feliz com o título, Daniel fez questão de lembrar todos que colaboraram diretamente na conquista. “Esse título representa muito para mim. Tenho meu técnico Alex Leco, que está sempre comigo em todos os treinos, seja na derrota ou na vitória, o Instituto, os meus pais, que acreditam e investem em mim, minha família, meu manager Felipe Freitas, o Rodrigo, que me fornece os melhores equipamentos de surf, o Xanadu, pelo trabalho nas pranchas, e a Vissla, meu patrocinador”, ressaltou.

“Dedico esse título à minha mãe. Com certeza ela faz total parte disso. Ela mora comigo, me dá tudo que preciso em casa, faz comida, se dedica 100% para mim. Ela é a mulher da minha vida, sem dúvidas”, elogiou. “E ela deve estar lendo isso agora, mas não pode chorar (risos). Te amo sua linda”, brincou o surfista, que é de Ubatuba, mas há três anos mora em Maresias para treinar e tem a companhia diária da mãe.

Depois, na mirim, Cauã era o único com chances de tirar o título das mãos de Diego Aguiar, que perdeu logo na estreia, ficando apenas na 25ª posição. Para isso, só interessava a vitória ou o segundo lugar. Ryan Kainalo, de Ubatuba assumiu a ponta, o novo campeão estava em segundo até que perdeu a posição para Sunny Pires, também de São Sebastião, mas conseguiu reverter a virada.

Diego Aguiar no Hang Loose Surf Attack em Juquehy – Foto: Munir El Hage

Ryan Kainalo, que este ano já garantiu o título paulista iniciante (sub14), ainda tirou um 7,25 para ratificar o primeiro lugar. Sunny ficou em terceiro e Guilherme Fernandes, que defende Ubatuba, mas também mora em Maresias, ficou em quarto. No ranking final, o catarinense Heitor Mueller terminou em primeiro lugar, mesmo não competindo nessa etapa (também está no ISA Junior Championship) sendo o campeão do Circuito.

Já Cauã terminou em segundo na classificação geral, apenas nove pontos à frente de Diego Aguiar, ficando com o título estadual. “Foi muito emocionante. Eu não esperava. Fui para a etapa do Guarujá, para treinar, porque eu tinha o Pro-Júnior e não esperava chegar no final da temporada com o título paulista. Mas consegui vencer e vi que havia possibilidade de ser campeão. Então, treinei bastante com muito foco e deu certo”, festejou.

“Esse título representa muita dedicação”, reforçou o surfista, dedicando o título à família, sobretudo os pais Raquel e Erasmo, o Mazinho. “Eles batalharam comigo esses últimos anos. Eu não vinha muito bem nas competições, mas eles sempre acreditaram e, graças a Deus, está aí toda a recompensa”, reconheceu o atleta de 16 anos.

Sunny Pires no Hang Loose Surf Attack em Juquehy – Foto: Munir El Hage

O sábado ainda contou com disputas nas outras quatro categorias do Circuito, a feminina (sub16), a iniciante (sub14), a estreante (sub12) e a petit (sub10). Entre as meninas, a melhor apresentação foi de Mayara Zampieri, de São Sebastião, mas na briga pelo título, Sophia Gonçalves, mais um talento local deu um passo importante, se classificando para a semifinal. Ela será declarada campeã sem nem precisar avançar para a final, se ficar em quinto lugar. Nairê Marquez, de Ubatuba, e Kemily Sampaio, de Praia Grande, ainda seguem com chances.

Na disputa dos caçulas, o paranaense Anuar Chiah e o ubatubense Kailani Rennó seguem na disputa pelo título geral. Eduardo Mulford, também de Ubatuba, ainda sonha ser campeão estadual. Neste sábado, o surfista do Paraná, que levou o título geral 2018, fez a melhor média entre os atletas da faixa etária.

Nas outras duas categorias, os títulos já foram definidos e a expectativa é para quem será o vencedor da etapa. Na iniciante, Ryan Kainalo já é o campeão, enquanto que na estreante, Murillo Coura, de São Sebastião, garantiu o primeiro lugar no ranking na etapa passada. Nesta categoria, Matheus Neves, baiano radicado em Maresias, teve a maior somatória, com 13.35 pontos.

Mayara Zampieri no Hang Loose Surf Attack em Juquehy – Foto: Munir El Hage

O evento recomeça neste domingo, às 8 horas com as quartas-de-final da petit. Já as finais estão previstas para serem realizadas das 12h às 13h30, tudo com transmissão ao vivo pela internet, no site www.fpsurf.com.br. Fora do mar, a garotada terá diversão nas tendas, com jogos, brincadeiras, sorteios e gincanas.

O Hang Loose Surf Attack 2019 tem os patrocínios de Sthill, Super Tubes, Surf Trip, Kyw, Overboard Action Sports Store, Hot Water, Rhyno Foam e CT Wax. Apoios da Prefeitura Municipal de São Sebastião, Associação de Surf de São Sebastião (ASSS), Governo do Estado de São Paulo/Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, com divulgação de Waves e FMA Notícias. Organização da Federação Paulista de Surf.

RESULTADOS

CATEGORIA JÚNIOR (SUB18)

1 Daniel Adisaka – São Sebastião

2 Diego Aguiar – Ubatuba

3 Lucas Lisboa – Ubatuba

4 Pedro Pupo – Guarujá

CAMPEÃO DO CIRCUITO E PAULISTA – Daniel Adisaka – Ubatuba

CATEGORIA MIRIM (SUB16)

1 Ryan Kainalo – Ubatuba

2 Cauã Gonçalves – São Sebastião

3 Sunny Pires – São Sebastião

4 Guilherme Fernandes – Ubatuba

CAMPEÃO DO CIRCUITO – Heitor Mueller – SC

CAMPEÃO PAULISTA – Cauã Gonçalves – São Sebastião

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