Um novo estudo realizado por cientistas alemães mostrou que as fontes de energia solar e eólica são a melhor solução para reduzir as emissões da geração elétrica mundial.
Intitulado “Co-benefícios Ambientais e Efeitos Colaterais Desfavoráveis Para Estratégias de Descarbonização do Setor Elétrico”, o estudo foi publicado na revista Nature Communications.
Segundo seus autores, essas duas fontes de energia renováveis são mais eficientes para combater o aquecimento global ao mesmo tempo que causam os menores impactos à saúde humana.
São essas vantagens, em conjunto com a competitividade dos seus preços, que puxam o crescimento anual das fontes solar e eólica em todo o mundo.
No Brasil, por exemplo, a eólica já se consolidou como a segunda fonte de maior participação na matriz elétrica, com mais de 15 Gigawatts (GW) de capacidade.
A geração por placas solares, por sua vez, apresenta o maior crescimento anual, com destaque para a energia solar em Salvador, na Bahia, estado com maior capacidade solar do Brasil.
De acordo com o estudo, a geração de energia por fontes fósseis responde por cerca de 40% das emissões mundiais de CO2, principal causador do efeito estufa.
Além disso, é responsável também pelo uso e poluição da água, ocupação de terras, radiação ionizante e dejetos radioativos.
No entanto, os cientistas afirmam que a geração de energia é a atividade humana que apresenta os métodos de menor custo para sua descarbonização e combate à poluição.
Benefícios e Desafios das Energias Limpas
Apresentando quatro diferentes cenários de transição, o estudo mostra os benefícios e os percalços de um setor elétrico mundial descarbonizado.
Para isso, os cientistas utilizaram duas metodologias diferentes, que avaliam a integração das novas tecnologias em um cenário global e seus respectivos ciclos de vida.
O estudo analisa que a maior implantação das tecnologias limpas, em especial a solar, exigiria o maior uso de recursos minerais.
No entanto, diferentemente do seu uso nas tecnologias de geração por fontes fósseis, esses materiais seriam passíveis de reciclagem ao fim de sua vida útil, apontam os cientistas.
Desta forma, eles sugerem que uma transição global elétrica de baixo carbono baseada nessas tecnologias seja muito bem alinhada a uma estratégia integrada do uso destes materiais.
O uso de terras, por outro lado, poderia ser poupado com as tecnologias solar e eólica, que demandam menos espaço que outras tecnologias, como no cultivo para a Biomassa.
A energia do sol e do vento também libera menos substâncias químicas do que outras fontes tradicionais e renováveis, como a produção do biocombustível, afirmou o estudo.
No melhor cenário de transição traçado pelos cientistas, seriam 30% a menos dessas substâncias lançadas ao Meio Ambiente do que a do pior cenário.
Outro recurso vital que seria poupado com a expansão das fontes solar e eólica seria a água, utilizada nessas tecnologias em bem menos quantidade do que a Nuclear ou Bioenergia.
O documento conclui que o cenário de maior transição para essas fontes limpas apresenta os níveis mais altos de redução de emissões aliados à maior qualidade de vida humana.