Violência sexual contra crianças é discutida por deputados e pediatras

Na próxima quarta (7), a Câmara dos Deputados irá discutir a violência sexual contra crianças e adolescentes com deficiências. O tema também será discutido no 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, que acontece de 12 a 16 de outubro, no Rio de Janeiro.

A cada hora, cinco casos de violência contra meninas e meninos, com deficiência ou não, são registrados no Brasil, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A incidência pode ser ainda maior, pois muitas agressões não são denunciadas. Para a médica do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renata Waksman, o pediatra tem um papel fundamental no enfrentamento deste tipo de violência. “Os pediatras devem estar atentos e preparados para suspeitar, reconhecer e identificar os sinais e sintomas que caracterizam os maus-tratos na infância e na adolescência, assim como para tratar as lesões e possíveis sequelas, além do acompanhamento do desencadeamento das medidas legais de proteção cabíveis a cada caso”, comenta a especialista.

A especialista chama atenção para os mitos que envolvem à violência doméstica. Os principais são: que se trata de fenômeno raro, seletivo e epidêmico, que só acontece entre famílias de baixa renda; que o agressor é doente mental; a vítima permite; que a gravidade das lesões está diretamente relacionada às consequências emocionais que ocasionam; as crianças não têm direitos, seus pais são seus “donos”, e elas devem acatar todo tipo de poder que os pais podem exercer sobre elas; e o lar tem suas próprias leis e regras, que devem ser obedecidas e não contestadas. Quanto ao abuso sexual, existe o mito que o homem não controla seus instintos e, ao praticar a promiscuidade e abuso, é porque não pode evitar seu instinto.

Para Renata Waksman a solução está em na capacitação do profissional de saúde para reconhecer os sinais das várias formas da violência doméstica na infância e adolescência em seu dia-a-dia, incluindo àqueles que trabalham em serviços pediátricos de emergência, nas UTIs, ambulatório, consultórios, e até em hospitais gerais. “É preciso também que os profissionais de saúde tenham conhecimento da legislação específica, para cumprir o seu papel diante de um caso suspeito ou confirmado de violência contra a criança ou adolescente”, defende a especialista, que diz se faz necessária a criação de políticas de saúde para a prevenção da violência contra crianças e adolescentes, por meio de ações educativas, junto às famílias, para obter mudanças no padrão de comportamento do grupo familiar e uma convivência mais harmoniosa.

Fonte: SB Comunicação

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