A prática não é mais tão comum como antigamente: parar para contar o estoque. Em tempos de informatização de processos, números são oferecidos online. Os que ainda baixam suas portas, compensam na reabertura, com promoções normalmente estonteantes.
Há também hoje os que trabalham com baixo estoque, o que evidentemente facilita o controle e dispensa uma parada mais brusca.
Proponho, apesar do desuso atual, um fechamento para balanço neste fim de ano. Sim, minha proposta é que você pare um pouco e olhe para o que está parado no depósito interior. Faça uma pausa antes de seguir adiante, nem que seja de meio expediente!
Há uma tática exterior para ajudar internamente: examine sua vida arrumando as gavetas ou armários. Antigamente chamavam isso de “Retiro da Boa Morte”. E se eu ou você soubéssemos que passaríamos ainda hoje “desta para a melhor”, não deixaríamos tudo arrumadinho? Tem gente que não, mas a maioria sim.
Ao abrir até o fim a gaveta, vamos enxergar de novo coisas guardadas sem razão, que pesam desnecessariamente e precisam ser descartadas ou ir para a doação. Ao fazer isso com anotações já indecifráveis ou roupas esquecidas, tenha coragem também de rasgar mágoas que perderam o sentido, oferecendo, sem receios, o perdão, a reconciliação. Ao lembrar do amigo esquecido no corre corre, doe também um abraço apertado, acompanhado de um bom bate-papo para “colocar a conversa em dia” e repor as prateleiras da amizade.
No final do balanço, ao religar o celular, faça uma promoção de arromba, daquelas que surpreendem mesmo, e comece 2020 zerado de pesos e volumes. Mais leves, seremos capazes de amar mais e sermos – como todos queremos -, mais felizes.
Feliz ano novo!
*Osvaldo Luiz Silva é jornalista, autor dos livros “Ternura de Deus” e “A vida é caminhar”, pela Editora Canção Nova, editor da Revista Canção Nova e membro da Academia Cachoeirense de Letras e Artes (ACLA), em Cachoeira Paulista (SP)