Na última segunda-feira (13), a empresa Enel Green Power iniciou operações daquela que alega ser a maior usina da América Latina, localizada na cidade de São Gonçalo do Gurguéia – PI.
A seção iniciada da usina São Gonçalo tem capacidade de 475 megawatts (MW) e teve um investimento total de R$1,4 bilhão.
Uma segunda seção de 133 MW, em construção desde agosto de 2018 ao custo de R$422 milhões, está prevista para entrar em operação ainda este ano.
Quando finalizado, o complexo será capaz de produzir 1.500 GWh (Gigawatts-hora) anual de energia através de placas solares bifaciais, que captam a luz do sol dos dois lados, diferente das usadas em sistemas de energia solar para casas.
A produção irá evitar a emissão de 860.000 toneladas de CO2 na atmosfera a cada ano e somará grande volume para a produção de energia renovável no Brasil.
De acordo com a empresa, a entrega da primeira parte da usina aconteceu um ano antes do prazo previsto no contrato firmado em 2017, quando adquiriu o direito de concessão de energia por 20 anos no leilão A-4 do Governo.
No entanto, apenas 265 MW da energia desta seção serão injetados no Sistema Interligado Nacional (SIN), enquanto os outros 210 MW destinam-se ao mercado livre de energia.
Com este novo projeto, o estado do Piauí agora assume a liderança da energia solar centralizada no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
São 989,9 MW de capacidade solar no estado, com o Ceará em segundo lugar (829,1 MW) e em terceiro a Bahia, com 776,8 MW.
Um dos projetos solares do Piauí, o parque solar Nova Olinda, localizado na cidade de Ribeira do Piauí, era até então o maior da América do Sul, também construído pela Enel.
No total, o Brasil hoje acumula mais de 2,48 Gigawatts (GW) em capacidade de usinas solares em operação, somado a mais 883 MW de projetos em construção.
A participação da fonte na matriz elétrica brasileira cresce rápido e, em março de 2019, desbancou a nuclear na 7ª colocação entre as maiores geradoras.
Com atuais 1,4% da produção elétrica, a ABSOLAR prevê que a fonte solar se tornará líder da matriz elétrica até 2040, com 32% de participação.