Scheidt chega ao último dia do Mundial focado da Austrália focado em Tóquio

Bicampeão olímpico confirmou a vaga para a sétima participação nos Jogos, recorde entre os atletas brasileiros, mas afirma que ainda busca evolução para ser competitivo em Tóquio

São Paulo (SP) – O Campeonato Mundial da Classe Laser terminou neste domingo (16), no Sandringham Yacht Club, em Melbourne, na Austrália. Robert Scheidt vai largar para as três últimas regatas focado em seguir na busca por evolução visando os Jogos Olímpicos de Tóquio, a partir de julho. “Tenho muito trabalho pela frente. Fiquei muito feliz ao confirmar a participação da minha sétima Olimpíada, mas o objetivo é ser competitivo no Japão”, reafirmou o velejador, primeiro brasileiro a confirmar o recorde de sete participações na mais importante competição do planeta e que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.

Robert Scheidt veleja na Austrália (Jon West Photography/Divulgação)

Evoluir e ser competitivo significa também enfrentar e superar dificuldades. E foi isso o que aconteceu neste sábado (15). Em um dia difícil, os resultados não vieram. Pior, juntamente com medalhista de prata em Londres/2012 Pavlos Kontides (CYP) e o francês Jean-Baptiste Bernaz, vice-líder neste Mundial, Scheidt recebeu uma bandeira preta e foi eliminado da segunda regata do dia. Nas outras duas, também não conseguiu velejar entre os líderes e terminou 38° e 39° lugares. Com isso, passa a ocupar a 39ª colocação, com 142 pontos perdidos.

A previsão para este domingo é de mais um dia frio em Melbourne, com vento sul soprando entre 18 a 25 nós. Após três regatas que exigiram muito do corpo dos velejadores neste sábado, conseguir uma boa recuperação será fundamental para encerrar o Campeonato Mundial velejando entre os líderes. Aos 46 anos, Robert Scheidt compete contra atletas até 20 anos mais jovem em uma classe em que o condicionamento físico faz muita diferença. Por isso, conta com o apoio do fisioterapeuta Ricardo Takahashi, além do trabalho com técnico italiano Francesco Marrai.

Scheidt tem velejado de forma consistente na Austrália. Além de derrubar mais um recorde ao se tornar o primeiro brasileiro garantido para competir em sete Olimpíada, avançando para a flotilha ouro no Campeonato Mundial de Laser 2020, ele tem mostrado evolução em fundamentos como a largada e o vento em popa. Na quinta-feira (13), último dia das regatas da fase de classificação, obteve os melhores resultados ao cruzar a linha de chegada em 7° e 9° lugares.

Maior medalhista olímpico do Brasil, Scheidt tem dois ouros (Atlanta/96 e Atenas/2004 – ambas na Classe Laser), duas pratas (Sidney/2000 – Laser – e Pequim/2008 – Star) e um bronze (Londres/2012 – Star). Além disso, soma 14 mundiais (11 na classe Laser e três na Star) e já conquistou 181 campeonatos, sendo 89 internacionais e 92 nacionais. O velejador é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.

Desafio olímpico –  Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão, em julho.

Na volta à vela olímpica, Scheidt disputou outras três grandes competições. A última foi o Ready Steady Tokyo, no final de agosto de 2019, em Enoshima, quando terminou em 10° lugar, chegando à medal race pela primeira vez desde que decidiu interromper a aposentadoria da classe Laser. Ele ficou próximo da regata da medalha no Troféu Princesa Sofia e na Semana de Vela de Hyères.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:

Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)

Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)

Bronze: Londres/2012 (Star)

181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe

– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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