A tendência é que a alta da arroba do boi gordo permaneça ao longo de 2020, o que deve estimular o aumento do confinamento no País. Foi o que destacou o pesquisador do Cepea/Esalq/USP, Thiago Bernardino de Carvalho, em evento da DSM, nesta quarta-feira (19), em São Paulo (SP).
Segundo Carvalho, oferta restrita de animais, especialmente de boi magro para ser engordado no confinamento, bem como a retomada – ainda que lenta – do consumo interno e a demanda externa aquecida são os fatores de sustentação para o preço da arroba no ano.
Especialistas do mercado têm projetado que, mesmo com um possível reequilíbrio do valor da arroba – impulsionado recentemente pelo forte incremento das importações chinesas de carne bovina -, a perspectiva é que as cotações se mantenham valorizadas e não retornem aos patamares do primeiro semestre do ano passado.
De acordo com Carvalho, os casos de coronavírus na China devem reduzir a demanda do país asiático no curto prazo, mas no médio e longo prazo o apetite de Pequim por carne bovina continuará forte.
Confinamento
No evento, o zootecnista Marcos Baruselli, gerente da categoria confinamento da DSM, estimou que o volume de bois confinados no País tem potencial para chegar a seis milhões de cabeças neste ano. Em 2019, levantamento da empresa com mais de três mil pecuaristas, apontou o confinamento de 5,2 milhões de bovinos, avanço de 2% sobre o resultado do ano anterior.
“Com o custo para produzir uma arroba no confinamento variando entre R$ 120 e R$ 130 no ano passado, o preço pago ao produtor nos mercados atual e futuro gera uma margem bastante atraente para a atividade”, ressalta o executivo. Contudo, entre os desafios, o pesquisador do Cepea chama a atenção para o aumento nos custos dos insumos, principalmente do boi magro e do milho.
Fonte: UniversoAgro