Em minuciosa reavaliação de explicações tradicionais sobre a Idade Média, que ficou conhecida pelo jargão histórico de “idade das trevas” por conta da suposta escassez de registros históricos do período, em O legado de Roma: Iluminando a idade das trevas, 400-1000 o historiador britânico Chris Wickham revela que o século VII produziu mais livros do que toda a Antiguidade junta, com exceção do século IV da E.C. Combinando fontes escritas e arqueológicas em uma abrangente pesquisa, o livro, disponibilizado pela primeira vez em língua portuguesa na coedição da Imprensa Oficial do Estado e da editora Unicamp, atualiza a interpretação da passagem do mundo antigo ao medieval.
“O público de língua portuguesa tem em mãos um livro ousado. A ousadia decorre, em primeiro lugar, do propósito de enfrentar os embaraços históricos e historiográficos, as visões consolidadas do passado que, desde o século XVIII, se não antes, rondam a imaginação histórica do Ocidente – incluindo as culturas que com ele se identificam – e que fazem do paradigma romano, sobretudo de seu período final, uma espécie de meta-história, uma providência terrena que tudo fez, tudo explica e dá sentido a tudo. Em segundo lugar, o livro ousa encarar uma cronologia extensa, 600 anos, a partir de uma geografia ainda mais extensa – toda a bacia mediterrânea com seus múltiplos interiores –, de modo que somos expostos a mundos conhecidos e desconhecidos, a cidades extravagantes, como Constantinopla, Bagdá ou Toledo, e a “sertões” setentrionais – a Eurásia profunda – nos quais se ouvem mais silêncios do que vozes”, diz o professor de História Medieval da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) André Miatello, no prefácio da edição brasileira.
Com o total de 21 de capítulos, Wickham dividiu a obra em quatro partes, conforme foco de estudo. Por ordem, as análises contemplam “o Império Romano e sua queda no Ocidente (Parte I); as entidades políticas imediatamente pós-romanas na Gália, na Espanha, na Itália, na Britânia e na Irlanda (Parte II); a história de Bizâncio após a crise do século VII no Império Romano Oriental, o califado árabe e os seus estados sucessores do século X tardio, incluindo al-Andalus, isto é, a Espanha muçulmana (Parte III); e, posteriormente, retornando ao Ocidente latino, o Império Carolíngio, seus estados sucessores e seu principal imitador, a Inglaterra, e a variedade de entidades politicas setentrionais, da Rússia a Escócia, que se cristalizaram no último século do nosso período, incluindo um olhar em suas aristocracias e campesinatos (Parte IV)”, como pontua o próprio autor na Introdução.
Desde 2000 a Imprensa Oficial e a editora Unicamp publicam livros em parceria. São mais de 25 títulos em coedição, impressos no parque gráfico da Imprensa Oficial. São resultados obras como BILAC, o Jornalista – Crônicas vol. 1 e 2 e Ensaios (IMESP/UNICAMP/EDUSP), que conquistou o 2º lugar na categoria Teoria/Crítica Literária no 49º Prêmio Jabuti; e Tarsila do Amaral (Coleção Cadernos de Desenho), 3º lugar na categoria Arquitetura, Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes do 51º Prêmio Jabuti. Todos os títulos estão à venda nas Livrarias Unesp e da Imprensa Oficial (Praça da Sé, 108 – Sé, SP | R. XV de Novembro, 318 – Centro, SP), além das principais livrarias de todo país.
O LEGADO DE ROMA: ILUMINANDO A IDADE DAS TREVAS, 400-1000
Autor: Chris Wickham
Tradução: Pamela Naumann Gorga, Luiz Anchieta Guerra e Patrícia Rangel do Sacramento
PÁGINAS| 808
FORMATO| 16 x 23 cm
PREÇO| R$ 140,00
ISBN IMESP: 978-85-401-0178-4
ISBN UNICAMP: 978-85-268-1493-6
SOBRE O AUTOR
CHRIS WICKHAM | Professor de história medieval na Universidade de Oxford e membro do All Souls College. Seu livro Framing the Early Middle Ages, publicado em 2005, ganhou o Wolfson Prize, o Deutscher Memorial Prize e o James Henry Breasted Prize, da American Historical Association. Ensinou por muitos anos na Universidade de Birmingham e é membro da Academia Britânica.