Novos negócios em tempos de crise

Matheus Costa – Foto: Arquivo Pessoal

Como podemos olhar para esse momento, com mais atenção às oportunidades de negócio? Primeiro de tudo, é importante ressaltar que sempre surgem oportunidades em meio à crise. Por isso, precisamos ver esse momento com um pouco mais de otimismo.

Alguns negócios nasceram em crises. Há casos de empresas que tiveram um aumento de demanda nesse período. Hoje, o Coronavírus traz uma reflexão sobre como encontrar soluções diante de desafios criados pela pandemia.

É preciso não só olhar problemas, mas enxergar oportunidades. Isso é o que todo empreendedor fez e faz, diariamente, para alcançar sucesso. Olhar para seus limitados recursos – sejam eles financeiros, intelectuais, digitais, de networking – e entender quais os passos que podem ser dados para desenvolver um novo negócio. Tudo isso faz parte do jogo.

A Avon, por exemplo, empresa de venda direta de cosméticos surgiu do olhar e “pivotagem” de um empreendedor, em tempos de recessão econômica nos EUA. Eles tentavam vender enciclopédias e utilizavam perfumes para atrair as pessoas, principalmente mulheres, para tentar “empurrar” seus produtos. Com o tempo, ao invés de comprar as enciclopédias, as pessoas queriam seus perfumes. Foi então que o empreendedor resolveu se aproveitar de sua nova rede referenciada de clientes para abrir uma marca de cosméticos.

O jogo de tabuleiro Monopoly também nasceu um momento parecido. Nasceu quando um engenheiro desempregado nos EUA, tentando se aproveitar do seu tempo livre com a família, desenvolveu o jogo desenhando as primeiras casinhas na toalha de casa com seus filhos. As crianças e a vizinhança gostaram. Ou seja, havia interesse em se brincar com aquele jogo. Depois de receber um “não” de uma grande empresa de brinquedos infantis, reuniu-se com amigos e vizinhos para imprimir a primeira versão do jogo e logo o sucesso estava anunciado. Depois, a mesma empresa que o dispensou, o chamou para fechar um contrato que o permitiu alcançar o sucesso atual.

Temos também a Nintendo, que nasceu como marca de baralhos. Em meados de 1980, quando o mercado de games parecia estar em baixa, diante de marcas como Atari, Odissey e Intellevision, demonstrarem abandono do segmento por resultados de pesquisas que já apontavam o desinteresse das pessoas, resolveu acreditar que faltava algo diferente no mercado. Ao invés de abandonar o segmento, apostou em novos jogos interativos como o “Super Mario Bros.” e se tornou líder do mercado, abocanhando 80% do market share na época.

Esses são negócios do passado, que surgiram em meio a momentos de crise. Portanto, não importa se o serviço ou produto é de um setor específico ou não. O importante é enxergar o mercado de maneiras para transformar dificuldades em oportunidades.

(*) Empreendedor, gestor de pessoas e de produtos digitais, palestrante, mentor de startups, fomentador de iniciativas de empreendedorismo e fundador e diretor da Your/dev.

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