Medidas preventivas em combate ao coronavírus podem proteger o meio ambiente

Em alusão ao Dia Internacional do Planeta Terra, comemorado hoje, o professor do curso de Engenharia Ambiental da Uniderp dá dicas para se proteger do Covid-19 e ainda contribuir com o meio ambiente

Foto: Divulgação

Campo Grande (MS) – Hoje, 22 de abril, é conhecido como o Dia Internacional do Planeta Terra. A data tem como objetivo propor uma reflexão sustentável de como estamos tratando o meio ambiente. Com o isolamento social em quase todos os países, alguns reflexos da inatividade humana já são percebidos no mundo, como a melhora da água nos famosos canais de Veneza, na Itália, e a possibilidade de ver o Himalaia na Índia, além de uma pequena recuperação da camada de ozônio.

As ações em prol do meio ambiente são fundamentais, mas o período de quarentena pode ser benéfico nesse sentido, segundo o professor do curso de Engenharia Ambiental da Uniderp, Hugo Henrique de Souza. “O meio ambiente é um sistema complexo. Todas as nossas ações, que embora não pareçam interligadas, geram algum impacto. No momento atual, as pessoas estão, em geral, mais maleáveis às mudanças de hábitos, o que pode ser muito positivo do ponto de vista da sustentabilidade”, afirma.

Entre os novos costumes, a rejeição de sacolinhas plásticas é uma ação que pode ser adotada. Um dos motivos, segundo estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas e da Universidade de Princeton, ambos dos Estados Unidos, é que o coronavírus pode sobreviver até 72 horas no plástico.

“Um exemplo disso é se o caixa do supermercado estiver infectado e embalar as compras com as sacolas plásticas, o Covid-19 pode estar indo para a casa do consumidor. Portanto o ideal é ter a própria sacola de tecido e embalar as próprias compras, de forma que ninguém mais encoste nelas. Quando chegar em casa, retire os itens e higienize o tecido, lavando com água sanitária e deixando de molho por 30 minutos, conforme as recomendações do Ministério da Saúde. Dessa forma, além de se proteger da pandemia, não haverá descarte de sacolinhas plásticas, que são muito prejudiciais ao meio ambiente”, destaca o professor, que é mestre em Meio Ambiente e doutor em Tecnologias Ambientais.

Outro costume que deve ser adotado o quanto antes é a vedação correta dos sacos de lixo. “É extremamente importante pensar na saúde dos coletores, que terão contato com o que for descartado. Por isso, deve-se ensacar o lixo duas vezes, com plásticos resistentes, descartáveis e com enchimento até dois terços da capacidade. Assim, evitamos que o coletor tenha contato com o que foi descartado ou que o material estoure e caia no meio ambiente. Ambas medidas podem ser adotadas, inclusive, após o término da quarentena”, explica o professor de Engenharia Ambiental da Uniderp.

Pode ser que a coleta de recicláveis esteja reduzida ou suspensa no período de isolamento, mas o tratamento desses materiais deve ser o mesmo, de acordo com o professor. “Se houver dificuldades com a coleta seletiva em algumas regiões, é muito importante que o material reciclado seja lavado e guardado, até que tudo volte ao normal. A garrafa plástica suja de suco ou o pote com manteiga, por exemplo, devem ser lavados antes do descarte, mas sem gastar água em excesso para isso. Os trabalhadores que recebem os recicláveis precisam pegar os materiais limpos, para que o trabalho seja realizado corretamente do ponto de vista da sustentabilidade”, finaliza Hugo.

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