No final da tarde do dia 21 de maio, a presidente da Associação Médica de Mato Grosso do Sul, Dra. Maria José Martins Maldonado, participou da live “Ações e saúde em tempos de pandemia”, que contou com a presença do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad; do secretário de saúde de Campo Grande, Dr. José Mauro Castro e da diretora presidente do IMPCG, Dra. Camilla Oliveira.
O prefeito iniciou falando do cenário atual da cidade, que por diversas medidas adotadas, está estável. Logo em seguida, a dra. Maria José reforçou essa análise. “O lockdown foi muito importante para controlar a situação. Sabemos que o pico será em alguns dias, mas as medidas tomadas tiveram importância para que a curva fosse diferente e estamos preparados para uma situação mais grave, caso ocorra”.
Um dos assuntos abordados foi sobre as cirurgias eletivas, que segundo a presidente da AMMS, estão em cumprimento a ANS- Agência Nacional de Saúde. “Estamos em cumprimento à ANS, que recomendou que cirurgias eletivas fossem suspensas, devido ao isolamento social e a necessidade de manter leitos disponíveis. Nos últimos 15 dias, houve uma mudança apresentada pela própria ANS e casos onde há perigo de emergência, como hemorragia, cirurgias ginecológicas e colicistite (cirurgia de pedra ne vesícula) fossem flexibilizadas, diante a possibilidade de gravidade”.
Um tema polêmico nos últimos dias, que ocupa as manchetes dos jornais, é o uso da cloroquina no tratamento a convid-19. A dra. Maria José explicou que este foi um dos motivos das saídas dos dois ministros da Saúde. “É preciso seguir uma diretriz e não há estudos suficientes que comprovem que a cloroquina funciona. Sabemos que ela é antiviral, mas não há confirmação. A Sociedade Brasileira de Infectologia, que está à frente dessa situação, não definiu o uso, a não ser em casos graves da doença, mas isso não coloca a medicação como indicada para uso com segurança. Se o médico quiser prescrever, ele terá o respaldo, publicado pelo Conselho Federal de Medicina, para prescrever com proteção, com doses certas e cuidados como exames prévios de eletrocardiograma para verificar se há risco para o paciente”.
A rotina da sociedade mudou, inclusive os tratamentos de outras doenças. “Percebemos que houve retração da própria população na busca por consultas. Conseguimos dar assistência, mas a população tem consciência de que é melhor ficar em casa. Percebemos as pessoas com receio. Eu tenho um ambulatório no HU e notamos que de 10 consultas agendadas, 8 são desmarcadas pelo receio da população. No início da pandemia algumas especialidades estavam liberadas a funcionar normalmente devido ao grau de emergência, mas hoje já temos uma flexibilização, com todos os cuidados para dar sequência aos tratamentos”.
Na entrevista ainda foram tratados outros assuntos, como estrutura do sistema de saúde, retorno às aulas, economia, dengue, evolução da doença, dentre outros. Todos os entrevistados foram enfáticos na questão do isolamento social, uso de máscara na necessidade ao sair e uso do álcool gel.
“A prefeitura está atenta à evolução da doença na nossa cidade e preparada para tomar as decisões mais apropriadas para proteger a população, que também precisa colaborar e seguir as recomendações”, destacou o prefeito.
“Cuide de você, da sua família, de seus vizinhos. Essa doença é nova, mesmo com algumas referências de outros países que passaram por essa pandemia antes de nós, mas até o momento os cuidados com a higiene, uso de máscaras e o isolamento social são as principais medidas de prevenção”, conclui a dra. Maria José.