O Campeonato Mundial de Fórmula E inicia nesta quarta-feira (5) uma maratona marcada pela rapidez na organização e concentração de ações em um curto período de tempo – características que lembram os flash mobs, encontros que mobilizam as pessoas para realizar eventos relâmpago. Visando se adaptar às exigências ditadas pelo coronavírus, a categoria disputará seis corridas em apenas nove dias, finalizando a temporada já em 13 de agosto – na mais rápida sequência da história do mundial. Quinto colocado na pontuação, o brasileiro Lucas Di Grassi é candidato ao bicampeonato.
Tradicionalmente, a Fórmula E já realizava os treinos, classificação e corrida de suas etapas em um único dia – o que se configurou em uma inovação no automobilismo, acostumado a eventos de três dias. Mas a categoria nunca havia concentrado tantas provas em um período tão curto. As três rodadas duplas da Alemanha contarão com três diferentes layouts de traçado, todos na pista de pouso do antigo aeroporto de Tempelhof, ao sul de Berlim, na Alemanha. O país é também a sede de quatro das dez fábricas envolvidas na competição: Audi, BMW, Mercedes e Porsche. As demais são Jaguar (Inglaterra), Nissan (Japão), NIO (China), DS Citroen (França), Mahindra (Índia) e Venturi (França). Até o momento, a Fórmula E já realizou etapas na Arábia Saudita (1ª e 2ª, rodada dupla), Chile (3ª), México (4ª) e Marrocos (5ª). As provas na Alemanha completarão o calendário de 11 etapas.
Como outras competições internacionais e a Stock Car no Brasil, a Fórmula E adotará um rígido protocolo sanitário para evitar transmissão do coronavírus. Não haverá público, patrocinadores ou imprensa, que realizará a cobertura por meio virtual.
Lucas Di Grassi soma 38 pontos na quinta posição e está a 29 do líder, o português António Félix da Costa, da equipe campeã DS Techeetah. “Nessas seis corridas haverá um máximo de 180 pontos em jogo, mais do que os 150 pontos correspondentes às cinco etapas realizadas até agora”, observa Di Grassi. “Então tudo é possível e vamos pra cima tentar os melhores resultados que estiverem ao nosso alcance. Apenas 38 pontos separam o primeiro do décimo colocado, então realmente está tudo em aberto”, aponta o brasileiro da equipe Audi Sport Abt Schaeffler, que é o mais bem sucedido piloto da Fórmula E, com 31 pódios, sendo cinco deles em Berlim.
Bom retrospecto – As três rodadas duplas serão disputadas nos dias 5 e 6, 8 e 9, e 12 e 13 de agosto. Mas apenas a segunda rodada, dias 8 e 9, utilizará o traçado normal de Tempelhof. Na rodada dupla de abertura, na quarta e quinta-feira que vem, o desenho será o mesmo mas o sentido utilizado será o oposto – o que muda completamente a configuração necessária para os carros. Já a rodada dupla final terá a pista montada em Tempelhof com um desenho inédito.
“Nosso retrospecto é bom em Tempelhof, mas isso não quer dizer nada. O que vai fazer diferença é o trabalho realizado pelas equipes nesse período de interrupção da temporada. E como sempre estou confiante no que fizemos até aqui”, diz Lucas, que venceu a etapa de Berlim em 2019. “O imprevisível faz parte da rotina da Fórmula E. Por isso, e considerando todas as novidades concentradas nestes nove dias, acredito que essa maratona terá corridas sensacionais”, aposta o campeão mundial de 2017.
Lucas terá como parceiro nestas seis corridas o bicampeão do DTM René Rast. As seis corridas da maratona promovida pela Fórmula E terão largada às 14h (de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal Fox Sports. Confira os dez primeiros da classificação: 1) António Félix da Costa (Portugal, DS Techeetah), 67 pontos; 2) Mitch Evans (Nova Zelândia, Panasonic Jaguar), 56; 3) Alexander Sims (Inglaterra, BMW Andretti), 46; 4) Maximilian Guenther (Alemanha, BMW Andretti) 28, 44; 5) Lucas Di Grassi (Brasil, Audi Sport Abt Schaeffler) e Stoffel Vandoorne (Bélgica, Mercedes-Benz EQ), 38; 7) Edoardo Mortara (Suíça, Rokit Venturi), 32; 8) Jean Eric Vergne (França, DS Techeetah), 31; 9) Oliver Rowland (Inglaterra, Nissan E.DAMS), 30; 10) Sam Bird (Inglaterra, Envision Virgin Racint), 29 pontos.