Desde o início da quarentena, as pessoas têm buscado formas de gastar o tempo com atividades interessantes: há quem tenha decidido usar as semanas de isolamento para atualizar os livros com a ajuda do Amazon Prime Reading, assim como há quem tenha preferido colocar as séries em dia.
Dados do Ibope mostram que, durante a quarentena, o streaming ultrapassou pela primeira vez a TV por assinatura em questão da audiência.
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Em maio, a audiência dos serviços de streaming foi de 6,9 pontos, representando 14,7% do share na média nacional. A medição, vale lembrar, leva em conta o conteúdo visto pela TV, entre sete da manhã e meia-noite, e desconsidera o que é consumido em celulares, tablets e similares.
Para que possamos entender melhor o que significam estes números: de acordo com os dados do Ibope, 14,7 de cada 100 televisores do Brasil estavam ligados em serviços de streaming no horário já citado. Cada ponto vale 250 mil domicílios.
Em maio, a audiência dos canais de televisão, nos mesmos horários, foi de 6,7 pontos, ou seja, 14,1% do share. Trata-se de uma mudança significativa do perfil de consumo do brasileiro, que costumava ser ávido pela programação da televisão por assinatura.
Um estudo elaborado da Conviva, uma plataforma voltada para o monitoramento de streaming, deu dados mais concretos: a audiência de serviços de streaming, como a Amazon Prime Video e a Netflix, subiu 20% desde o início da pandemia no novo coronavírus.
Em comparação ao primeiro trimestre de 2019, diz o estudo, os primeiros meses deste ano apresentaram aumento de 79% em horas vistas de vídeos sob demanda.
Abaixo, falaremos um pouco mais sobre o aumento no consumo de algumas das maiores empresas de streaming do mundo. Confira.
Serviços de streaming: como a Netflix cresceu durante a quarentena?
De acordo com dados divulgados pela própria companhia, a Netflix ganhou, desde o início da pandemia, cerca de 15,8 milhões de novos assinantes. O número corresponde a um aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2019.
Os números, claro, têm relação com o momento de isolamento global. Para que tenhamos uma ideia, analistas previam que a companhia conquistaria, durante os primeiros três meses de 2020, 8,5 milhões de assinantes.
A receita da Netflix foi de 5,8 bilhões de dólares, com lucro por ação de 1,57 dólar, abaixo do 1,64 dólar esperado. Mesmo com o salto significativo no número de clientes, o resultado financeiro poderia ter sido melhor: com a paralisação de toda a produção em curso, a Netflix teve gastos que ultrapassaram a casa dos 200 milhões de dólares.
Apesar disso, os responsáveis pela companhia estão rindo à toa: o streaming segue forte mesmo com a concorrência crescente (como a própria Amazon Prime e a recém-lançada plataforma da Disney, que promete fazer muito sucesso com o público).
Séries e filmes mais assistidos da Netflix
Uma vez que a Netflix está sempre sendo alimentada com novos conteúdos, a lista a seguir possivelmente mudará bastante nos próximos meses. Entre os títulos que fizeram mais sucesso entre os assinantes em 2020 estão:
- O milagre na cela 7;
- Brincando com fogo (reality show);
- Resgate;
- O poço;
- Sex education;
- O limite da traição;
- Control z;
- Um senhor estagiário;
- Eu nunca.
Amazon Prime Video, Globoplay, Telecine Play
Um levantamento feito pela Just Watch, plataforma de buscas que reúne centenas de títulos de streaming e VOD, indica que a Amazon é a plataforma com as maiores taxas de crescimento por buscas de conteúdos no servidor. Trata-se de um crescimento de cerca de 190% desde o início de abril.
O segundo lugar fica com o Telecine Play, que teve aumento de 158% nas buscas feitas no aplicativo. Em sequência, temos a Netflix, com aumento de 154%; a Globoplay, com 139%; e o HBO Go, com 138%.
Qual é o futuro do streaming?
É difícil fazer uma previsão sobre novos assinantes ou sobre a utilização do streaming após a pandemia. Especialistas acreditam que a tendência não irá desaparecer, mas o número de novos adeptos pode vir a crescer de forma mais lenta quando a situação geral for normalizada.
Por enquanto, criadores de conteúdo original, como a Netflix e a Amazon, ainda têm diversos lançamentos engatilhados. Apesar da paralisação das filmagens, causada também pelo COVID-19, as plataformas têm trabalhado para manter os fãs e assinantes com materiais novos, dia após dia.
