São Paulo (SP) – Primeiro o Masters 1000 de Cincinnati, depois muito treino, preparando-se para a disputa do US Open. A dupla Marcelo Melo e Lukasz Kubot segue o dia a dia na bolha de Nova Iorque (EUA), montada para o retorno do circuito em tempos de pandemia, visando agora o Grand Slam. A data de estreia ainda será definida. Melo e Kubot jogam como cabeças de chave número 2 e terão como adversários na primeira rodada a parceria formada pelos belgas Sander Gille e Joran Vliegen. O US Open começa nesta segunda-feira (31) e vai até 13 de setembro.
No Masters 1000 de Cincinnati, realizado este ano em Nova Iorque por causa da Covid-19, Melo e Kubot voltaram a jogar após mais de cinco meses de paralisação pela pandemia. “Vínhamos do título de Acapulco, antes de parar, e conseguimos começar Cincinnati com uma boa vitória, jogando bem de novo. Estamos treinando bastante entre esse primeiro torneio e o US Open. Agora é pensar em manter o nível de jogo e buscar bons resultados, para ir avançando”, afirma Marcelo, que tem o patrocínio de Centauro, BMG e Itambé, com apoio da Volvo, Orfeu Cafés Especiais, Head, Voss, Foxton, Asics, Bolsa Atleta e Confederação Brasileira de Tênis.
Esta edição do US Open terá uma chave reduzida de 64 para 32 duplas, por causa das adaptações e protocolos necessários para a realização do torneio com a pandemia. E será disputada, assim como Cincinnati, sem público nas quadras de Flushing Meadows.
“É estranho entrar na quadra e não ter público. A torcida que está sempre presente de uma maneira tão especial, apoiando. Agora não poder contar com esse calor do público, batendo palma em um ponto legal. Acho que o contato com a torcida é o que mais se perde. Mas, apesar disso, nunca vi tanto jogador feliz em estar competindo novamente. Todo mundo se adaptando a este momento. As pessoas não podem estar presentes, mas assistirão pela televisão. O público carente de ver, agora acompanhando pela TV. Os jogadores, carentes de jogar, de volta às quadras”, observa.
Vivendo na bolha – Uma rotina dentro da bolha, com rígidos protocolos, desde a chegada aos Estados Unidos, há duas semanas. “Sem dúvida, uma situação muito atípica. Mas, a dinâmica da bolha passa a ser uma rotina que não é tão complicada assim, acaba acostumando. Com os protocolos no hotel e no local do torneio, inclusive na quadra. Eu e o Lukasz não encostamos mais a mão. Falamos de longe como vamos jogar o ponto. Sentamos mais afastados”, explica.
“E dentro da bolha está realmente muito seguro, com todos protegidos nela, seguindo um protocolo bem restrito. Máscara no restaurante, no vestiário, álcool gel, distanciamento social. Às vezes até na quadra eu sinto falta da máscara, desacostumado de ficar sem ela. Mas está tranquilo, os jogadores estão se adaptando muito bem”, completa Marcelo.
Melo e Kubot chegaram até as oitavas de final da edição 2020 do Masters 1000 de Cincinnati, encerrado neste sábado (29). Agora fica a expectativa para o US Open, em que jogam juntos pelo quarto ano seguido e foram vice-campeões em 2018. No ano passado, pararam nas oitavas.
Recordista em títulos e semanas no topo do ranking – Recordista brasileiro em número de títulos, com 34 conquistas, e também em semanas no topo do ranking da ATP – 56 -, assim como em participações no ATP Finals – completou sete seguidas -, em 2019, Marcelo somou mais um recorde ao chegar a 500 vitórias, na estreia no ATP 500 de Washington, em julho, maior vencedor entre os tenistas do Brasil, passando a ser o 35º jogador de todos os tempos a atingir essa marca.
Entre 2017 e 2018, Marcelo ficou 30 semanas – 25 consecutivas – como líder do ranking mundial individual de duplas da ATP (13 semanas em 2017 – terminando o ano como número 1 – e 17 semanas em 2018). Antes, ocupou a liderança pela primeira vez em 2015, por 22 semanas, também virando o ano na frente, e voltou ao primeiro lugar por mais quatro semanas a partir de maio de 2016.
Agora em 2020, no México, no ATP 500 de Acapulco, Marcelo conquistou o 34º título da carreira, o 14ª com o parceiro polonês Lukasz Kubot. Pelo 14º ano consecutivo comemora no mínimo um título por temporada. Juntos, Melo e Kubot ganharam pelo menos um torneio por ano desde 2015.
Dos 34 títulos, todos em duplas, dois são Grand Slam – Roland Garros, na França (2015) e Wimbledon, em Londres (2017) e nove Masters 1000, além de oito ATP 500 e 15 ATP 250. Marcelo, 36 anos, e Kubot, 38 anos, formam parceria desde o início da temporada 2017. Antes, jogaram em torneios como o ATP 500 de Viena, em que foram campeões em 2015 e 2016.
Nove vitórias em 2020 – Melo e Kubot somam nove vitórias em 2020, nas estreias no Australian Open e no ATP 250 de Adelaide, na Austrália, duas no Rio Open, quatro em Acapulco e uma na estreia no Masters 1000 de Cincinnati. A temporada 2019 teve 46 vitórias em 68 jogos. A dupla fechou o ano passado como a segunda melhor parceria do mundo, com 5.000 pontos – atrás apenas dos colombianos Juan Sebastian Cabal e Robert Farah (8.500). Já no ranking mundial individual de duplas, ficaram entre os top 10 na temporada passada: Marcelo em sétimo, com 4.910 pontos, pela sétima vez consecutiva entre os dez melhores do ano. Kubot, na sexta colocação, com 5.090. Marcelo encerrou 2018 como nono do mundo, foi primeiro em 2017 e 2015, oitavo em 2016 e sexto colocado em 2013 e 2014.
O primeiro título de Marcelo em torneios ATP foi em 2007, no Estoril, em Portugal. Tem dois Grand Slam, além de um vice em Londres (2013) e um vice (2018) e duas semifinais no US Open. Marcelo também lidera no número de títulos em Masters 1000. Em Xangai 2018 chegou ao nono, depois de ganhar Xangai (2013 e 2015), Paris (2015 e 2017), Toronto (2016), Cincinnati (2016), Miami (2017) e Madri (2017).
Temporada 2020
Título
ATP 500 – Acapulco (México), rápida
Temporada 2019
Título
ATP 250 – Winston-Salem (EUA), rápida
Vice-campeonato
Masters 1000 – Indian Wells (EUA), rápida
ATP 500 – Halle (Alemanha), grama
ATP 500 – Beijing (China), rápida
Masters 1000 – Xangai (China), rápida
ATP 500 – Viena (Áustria), rápida
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