A abertura do Circuito Virtual de Corridas Blue Med terá a participação de atletas de elite. Muito perto da vaga na maratona nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, a santista Vanessa Cristina está confirmada na prova, que pode ser disputada a partir desta sexta-feira até domingo (11 a 13), em três distâncias, 3, 5 ou 10 km, em qualquer ambiente e mesmo em esteiras. No total, serão três etapas, sempre com um tema relacionado à saúde, sendo esta primeira batizada de Setembro Vermelho, em referência à prevenção a doenças cardíacas.
A atleta cadeirante atual tricampeã da São Silvestre e também dos 10 Km Tribuna FM-Unilus se adaptou bem às corridas virtuais e usa este tipo de prova para manter o ritmo. Na primeira prova do gênero realizada pelo Grupo Tribuna logo no início da quarentena, Vanessa foi o grande destaque, completando os 5 km em incríveis 10 minutos e 16 segundos. “Corrida virtual foi o que salvou um pouco a cabeça nessa quarentena. Teve a corrida de Boston, Brasil sobre rodas, 5km da Tribuna, corrida da Fast Wheels e a Falmouth Road Race”, conta.
“Na primeira prova da Tribuna eu vinha com uma rodagem muito grande em maratona e como ainda não tinha noção de quanto tempo teríamos de quarenta, vinha fazendo um trabalho de velocidade e então consegui fazer uma excelente marca. A intensidade foi lá em cima, adrenalina estava muito alta e fiz uma live no meu Instagram no dia da corrida para sentir um pouco da torcida próxima de mim”, lembra.
Ela elogia a criação do Circuito Virtual de Corridas Blue Med como uma ótima alternativa para os atletas se manterem ativos e com focos treinos. “Muito boa a iniciativa, pois nos mantém no objetivo desse ano. Independentemente de ser prova real ou virtual, quando estamos nos preparando para competir, damos o nosso 100%. Isso é uma boa referência de treinamento e mantém a cabeça um pouco mais focada”, elogia. “Para mim, as corridas virtuais são uma grata surpresa e como eu consigo me incorporar nelas”, reforça.
“Fiz cinco corridas virtuais já e sempre busco fazer o meu melhor. Sinto a mesma adrenalina de uma competição. O meu técnico até adapta o meu treino para que eu esteja descansada na corrida, para que eu possa fazer uma boa marca e, psicologicamente, é bem importante. Apesar de saber que não é a realidade de corrida, me traz a perspectiva para que eu consiga fazer uma boa transição”, explica a atleta treinada por Eduardo Leonel, da equipe Fast Wheels.
ÍNDICE – Campeã este ano das maratonas de Sevilha, na Espanha, e Los Angeles, nos Estados Unidos, Vanessa segue na disputa pela vaga olímpica. Na prova espanhola ela cruzou a linha de chegada em 1h40min16s, ficando só a 30 segundos do índice determinado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, que é de 1h39min46s.
“Eu vinha em uma crescente e aí deu essa parada. O que me angustia muito hoje é não saber quais provas eu poderei fazer para alcançar o índice. Mas mesmo se eu não atingir, tenho a possibilidade de ir por aproximação, que por sinal é um sonho participar dos Jogos de Tóquio”, relata.
Vanessa ainda não sabe qual prova disputará para confirmar o índice, mas já tem três maratonas em mente. “Infelizmente o calendário de provas está muito nebuloso. Eu iria para a maratona de Londres em outubro, porém estão impossibilitando a entrada de brasileiros sem uma quarentena antes da prova, que fica difícil para mim. Ainda tem a Maratona de Porto Alegre, que pode acontecer, mas já estamos pensando em 2021, nas maratonas de Dubai e Sevilha novamente”, revela.
Enquanto não define qual prova vai disputar, Vanessa, seu treinador e seu fisiologista, Thiago Lourenço, seguem mantendo um plano para manter o ritmo e aproveitando essa pauta para trabalhar alguns pontos específicos, como ganhar massa muscular. “Nessa quarentena conseguimos montar uma mini academia aqui em casa. Eu vinha de uma sequência muito forte de maratona e perdi muito peso e consegui recuperar na quarentena”, comenta.
“A rotina de treino mudou, mas a intensidade de treino continuou a mesma e o que tenho sentido é a transição. Tenho feito alguns treinos hoje na rua e estou sentindo muito o vento, porque mais de quatro meses treinando no rolo, que tem muita diferença entre a pista e rua, mas sinto que perdi muito pouco e ganhei em outra parte”, completa a atleta eleita a melhor das Américas em fevereiro e patrocinada por Unimes, Laboratório Cellula Mater, Prefeitura de Santos, FUPES, Clínica Jankauskas, nutricionista Mariana Penatti, Instituto Legacy, Dermafórmula, Código 13 , Cluster Turismo, Fisio Tiago Selofite, masso Luiz Nunes e Probiótica.
INSCRIÇÕES – No total, o Circuito Virtual de Corridas Blue Med terá três etapas, todas com as distâncias, 3, 5 e 10 km. A segunda prova será a Outubro Rosa, com a prevenção ao câncer de mama, dias 9 a 11 de outubro, e a última, a Novembro Azul, com a prevenção ao câncer de próstata, dias 6 a 8 de novembro. As inscrições, bem como regulamento, estão disponíveis no link atribuna.com.br/eventos/circuitovirtual.