Mesmo ainda em pandemia, as empresas de diversos setores já começaram a avaliar a retomada da economia e a volta para o escritório. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 13 milhões de brasileiros afastados do trabalho, retornaram às suas ocupações desde maio, outros 8,3 milhões permanecem em regime home office.
“Com muito tempo em casa e seguindo as regras de distanciamento social, as pessoas passaram a nutrir uma esperança para essa retomada, tanto de trabalho como na convivência. Porém, deve-se manter os cuidados, não deixar levar pela agitação e se esquecer das regras básicas para o momento que ainda é de pandemia“, avalia Celson Hupfer, CEO da Connekt, plataforma inteligente de recrutamento digital e Doutor em Psicologia Social.
Para auxiliar na retomada, o especialista dá 7 dicas sobre cuidados que devemos considerar neste momento. Além disso, também comenta sobre as tendências que permanecem mesmo após a pandemia.
Protocolos comuns
O Brasil segue o exemplo das empresas de fora do país e entre as práticas mais comuns que devem ser adotadas estão: uso de álcool em gel e disponibilização do item em toda a empresa, medição de temperatura diariamente, uso da máscara, distanciamento entre pessoas e mesas de trabalho, frequência na limpeza de superfícies, cartazes indicativos sobre as mudanças e convívio no local, marcações no chão e etc.
Retomada gradual
Mesmo que a retomada seja uma realidade, é preciso ter cautela em realizá-la. Uma opção que pode ser adotada é o retorno aos poucos, de forma escalada e por grupos. Para isso deve ser analisado o perfil dos colaboradores, segmentando os que moram mais perto e os que moram mais longe da empresa, e se moram sozinhos, com pessoas que estão no grupo de risco ou se fazem parte dele.
Em qualquer tempo e lugar
O ‘any time, any where’ deve ser levado em conta pelos líderes no momento da avaliação sobre a retomada, pois a flexibilização de tempo e lugar e o poder de escolha é algo muito atrativo do ponto de vista dos colaboradores. Além disso, ainda pode desenvolver mais engajamento, produtividade e empenho da equipe.
Espaços com atenção especial
Banheiros, cozinhas e salas de reunião ou de descanso merecem atenção especial. É preciso manter uma limpeza frequente ao longo do dia e ainda se possível, instalar dispensers automáticos e manter controle de lotação dos locais.
Confiança
Se no momento que a pandemia instalou-se no país os líderes tiveram que confiar mais nos colaboradores, a flexibilização traz à tona a importância disso de novo. Em um momento onde os colaboradores poderão decidir onde irão trabalhar, os chefes terão que demonstrar ainda mais confiança. “Esta é uma oportunidade para já colocar em prática as skills do futuro, como poder de empatia, confiança e liderança, um caminho para isso é a comunicação”, pontua Hupfer.
Retenção de talentos
O papel das empresas e dos colaboradores e a troca desta relação ficou ainda mais evidente. Com isso, a conservação de talentos pode ser uma tendência para os próximos anos. Para isso é possível buscar novas práticas de reconhecimento e feedbacks para gerar a satisfação de colaboradores no ambiente de trabalho, é preciso também gerar oportunidades de crescimento e desenvolvimento e fazer com que cada um sinta que está fazendo a diferença na empresa.
Novos modelos de liderança
Outra tendência ou prática que poderá ficar em evidência são as novas formas de liderança, que deve ser mais empática, flexível, diversa e aberta ao diálogo para melhorias ou novas ideias, e que coloca o ser humano no centro das decisões.
“Mesmo com a retomada, é necessário manter alguns hábitos na rotina para a readaptação. É importante continuar avaliando a produtividade, respeitar as pausas para almoço e cafés, desligar do trabalho em momentos de descanso, avaliar necessidades de reuniões presenciais, já que hoje a videoconferência pode ser melhor opção. A ferramenta é uma tendência e deve ser usada também para momentos de conversa entre a equipe”, finaliza Hupfer.