O setor de construção tem uma perspectiva positiva no próximo ano, com uma expectativa de crescimento advinda não apenas do setor imobiliário, mas também pela infraestrutura. Isso porque o Brasil pode aproveitar os recursos de investidores internacionais, que já iniciaram o movimento de retorno ao país. Essa foi uma das principais avaliações dos debatedores do Tendências no Mercado da Construção, realizado nesta quinta-feira, dia 26 de novembro.
O evento estratégico, que reuniu virtualmente um público de mais de 1500 pessoas, contou no debate com a participação de Afonso Mamede, presidente Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), Carlos Silveira, presidente do Conselho Superior do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema e diretor da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Máquinas, Equipamentos e Ferramentas (Analoc) e do economista Luis Artur Nogueira. Houve ainda as palestras do consultor Mario Miranda e de Yoshio Kawakami, consultor da Raiz Consultoria e colunista da Revista M&T.
“O setor privado está investindo atualmente no setor. Mas, a infraestrutura depende também do investimento público, que passa por uma série de dificuldades no atual cenário político-econômico. Então uma saída é o investimento estrangeiro, só que existe uma condicional importante, a garantia de segurança jurídica”, disse Mamede.
Nogueira lembrou que o setor de infraestrutura tem cerca de cinco mil obras paralisadas e acrescentou que existe muitos recursos sobrando no mundo para serem alocados para o setor de infraestrutura no Brasil, porém, além da segurança jurídica, é preciso garantir previsibilidade e paz política.
Para Silveira, o investimento em infraestrutura é o grande indutor do desenvolvimento e do progresso. “Por exemplo, a safra brasileira produzida no interior precisa chegar aos portos. Ou seja, há uma necessidade muito grande na área de infraestrutura”, afirmou. Ele ainda ponderou sobre a importância de se ter uma política de desenvolvimento no setor de equipamentos para construção, por meio da transferência de tecnologia, o que propiciará a nacionalização, aprimorando o conhecimento técnico e científico da indústria, além de baratear os custos e preços.
Na avaliação de Daniel, essa transferência de conhecimento beneficiará, por exemplo, a área de pós-venda dos fabricantes e dos dealers, agilizando o atendimento dos usuários, com disponibilidade de peças.
Economia
Nogueira apresentou ainda avaliações sobre a economia global, cuja a expectativa é de expansão de 5% em 2021. Ele projeta que a China deva alcançar uma alta de 8%, enquanto os países latino-americanos devem crescer abaixo da média mundial. No caso do Brasil, ele projeta uma queda do PIB de 5%, com uma grande desigualdade entre os setores, e uma recuperação em 2021, com alta de 3,5% e, em 2022%, de 3%.
Em sua apresentação, Kawakami avaliou que este ano foi bastante peculiar, com empresas não sofrendo com a crise, outras perdendo um pouco ou muito do seu faturamento no início da pandemia, mas depois alcançando uma recuperação parcial ou total. “A sequência, em 2021, também carregará esse aspecto. Será preciso olhar para as questões particulares de cada empresa para fazer seu planejamento”, disse.
Além disso, ele ainda ressaltou que, diferentemente deste ano, no qual o mundo virtual foi o protagonista, em 2021, o mundo “real” estará mais em evidência, com a retomada das atividades em geral, o aumento dos investimentos e dos negócios.
Estudo de Mercado
O mais novo e inédito Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção foi apresentado por Mario Miranda. A estimativa é de uma alta de 22% na comercialização de máquinas da linha amarela (movimentação de terra) ante 2019, chegando a 19,6 mil unidades vendidas contra 16 mil unidades comercializadas no ano anterior. As vendas totais de equipamentos para construção devem crescer 14% em 2020 em comparação a 2019, alcançando 30,8 mil unidades comercializadas neste ano.
Para 2021, o Estudo espera um aumento de vendas da ordem de 20% no segmento de máquinas da linha amarela e de 25% para todo o setor de equipamentos para construção. Segundo Miranda, em relação as expectativas para o próximo ano, 67% das construtoras e locadoras estão otimistas com a economia brasileira, 70% estão otimistas com o setor da construção e 86% estão otimistas com sua empresa.
Pós-Venda
O Tendências no Mercado da Construção trouxe o anúncio das marcas melhor avaliadas do Destaque Pós-Venda Sobratema 2020. Essa é a sexta edição do projeto, criado pelo Núcleo Jovem da Sobratema.
Os homenageados (em ordem alfabética) foram:
- Equipamentos de Concreto (fabricação, transporte e bombeamento):Fiori, Liebherr, Putzmeister e Schwing-Stetter
- Equipamentos de Perfuração:Furukawa, PW Hidropneumática, Sandvik e Wolf
- Equipamentos de Terraplenagem:Bobcat, Doosan, Sany, SDLG e Volvo
- Equipamentos Guindastes e Gruas:Luna ALG, Liebherr, Sany e Terex
- Equipamentos para Trabalho em Altura e Empilhadeiras: Clark, Genie, JCB e Toyota
O 15º Tendências no Mercado da Construção é uma realização da Revista M&T, e contou com o patrocínio ouro da Metso, Totvs e Volvo, patrocínio prata de Atlas Copco, Case Construction Equipment, Epiroc, Genie, JCB, JLG, John Deere Komatsu, New Holland Construction e Sotreq/Caterpillar e apoio da BW Expo, Summit e Digital 2020, M&T Expo e Smart.Con.
Para rever o Tendências do Mercado da Construção, basta acessar este link.