“Na China, a principal batalha pela liderança no mercado de smartphones costumava ser entre a Samsung e a Apple. Mas deixou de ser assim”. Começava desta forma o artigo do New York Times de 14 de dezembro de 2014; que relatava a ascensão de uma marca de que poucos tinham ouvido falar: a Xiaomi, mas foi Hugo Barra que trouxe a Xiaomi para sua pátria, o Brasil, em 2015. A chegada oficial da Xiaomi, veio com o Redmi 2 por apenas R$500, competindo com nomes “de peso” na categoria baixa e média, como o Moto G. Em 2014 a Xiaomi foi acusada de guardar dados de tráfego de usuários em servidores próprios chineses. Isso de fato era verdade, mas o verdadeiro problema em torno disso era o rígido controle “on line” do governo chinês. Por esses e muitos outros motivos, a Xiaomi se viu forçada a trocar seus servidores principais da China para os Estados Unidos e Singapura.
Evidentemente, a Xiaomi possui uma história interessante por trás de seu nome. A Xiaomi é a marca “mãe” chinesa e original, enquanto foi criada a marca MI para o mercado internacional. Xiaomi significa algo como “pequeno arroz” em chinês, enquanto MI seria uma abreviação para Mobile Internet (internet móvel) e também faz referência à “Mission Impossible”, ou missão impossível, em alusão às enormes dificuldades que a empresa enfrentou em seu primórdio. Foi em maio de 2011, que Lei Jun fez a primeira chamada com um smartphone feito pela empresa. Uma ocasião que, segundo os fundadores, foi muito marcante. O primeiro de muitos smartphones estava nascendo, o Xiaomi Mi 1, vendido pelo preço de 18 dólares na época. Os fundadores revelaram em Julho de 2017, no blog oficial da empresa, o porquê de escolherem a palavra Xiaomi. Em chinês, Xiaomi significa milhete. “O milhete, milho-miúdo, milho-alvo ou painço são denominações dadas a várias espécies cerealíferas produzidas em diversas partes do mundo para alimentação humana e animal.
Em uma onda de crescimento constante, representando hoje 10,7% do mercado de smartphones, a Xiaomi é a quarta maior fabricante de celulares do mundo, atrás da também chinesa Huawei, da sul-coreana Samsung e da americana Apple. Desde 2018, quando a Xiaomi começou a figurar o topo do ranking, houve um crescimento de 27,4% na fatia de mercado.
A marca também é a quarta mais usada pelos brasileiros, atrás da Samsung (45,02% do mercado), da Motorola (22,06%) e da Apple (13,83%), representando 7,6% do mercado de smartphones no Brasil, motivado, boa parte, pela qualidade das fotos que proporciona. Por fim contei essa história, como exemplo de superação. Nessa época de Covid – 19, com tanto desemprego e perda de entes queridos, além da chuva que veio arrastando móveis e esperanças em diversos municípios do Estado; enquanto há vida…há esperança. E o que é pequeno pode sim: crescer. O que está doente pode sim: curar! Se cairmos, que possamos nos soerguer! Em tudo pode haver um começo, ou um recomeço. Mas alguém tem de dar o primeiro passo, e ter fé. E assim; Xiaomi. Xiao, que significa pequeno, e mi, que significa arroz; em chinês, de pequeno hoje, não tem nada. Se o nome não lhe soa familiar, não se preocupe: provavelmente é só uma questão de tempo.
*Articulista