Novo levantamento da Anahp aponta que hospitais privados estão com grave escassez de oxigênio, anestésicos e ‘kit intubação’

Documento mostra quais são as cidades mais afetadas pela falta de insumos essenciais para o tratamento da Covid-19

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) realizou um novo levantamento com 88 afiliados e constatou que a maioria absoluta deles está com grave escassez de insumos essenciais para o atendimento aos pacientes acometidos pela Covid-19, como oxigênio, anestésicos e medicamentos para intubação, reafirmando um cenário crítico para o sistema de saúde brasileiro. Cerca de 75% das instituições só têm o abastecimento garantido por mais cinco dias.

O levantamento mostra, por exemplo, que instituições de Belém (PA), Belo Horizonte (BH), Blumenau (SC), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP) estão com abastecimento crítico de oxigênio, sendo que 62,5% responderam que estão com estoque de até uma semana.

Já em relação aos anestésicos, 23 hospitais participantes também contam com estoque inferior ou igual a cinco dias. Eles são de cidades como Atibaia (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Bento Gonçalves (RS), Blumenau (SC), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Cariacica (ES), Ipatinga (MG), Joao Pessoa (PB) e Niterói (RJ), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Serra (ES).

Sobre os medicamentos que compõe o chamado “kit intubação”, como anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares, essenciais para o tratamento das pessoas em estado mais grave da doença, o levantamento também mostra que eles estão escassos em instituições de saúde dos mesmos locais citados acima, incluindo ainda as cidades de Cariacica (ES) e Juiz de Fora (MG), totalizando 27 hospitais privados em situação crítica, com estoque igual ou inferior a cinco dias.

Em relação à disponibilidade de ventiladores para atender a demanda, nove das 88 instituições afirmaram que não possuem equipamentos suficientes.

Os associados da Anahp, em um esforço emergencial, definiram a estratégia de acesso e estão realizando importações extraordinárias dos produtos em falta, com total apoio e agilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que alterou procedimentos administrativos de modo a permitir as importações no menor tempo possível.

Diante do cenário crítico, a associação ressalta que realiza levantamentos constantes entre os seus associados, com o intuito de identificar aqueles que apresentam cenários mais graves em relação à falta de insumos. Assim, consegue informar o Ministério da Saúde sobre o desabastecimento dos insumos e contribuir com seus afiliados, reforçando o objetivo de enfrentar a doença e salvar vidas.

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