Atrair e cultivar novos clientes é o objetivo de quase todo empreendedor iniciante. Considerando os hábitos de consumo dos consumidores atuais, o ambiente virtual tem uma importância fundamental nesse contexto. Afinal, 70% da população brasileira já tem acesso à internet, segundo uma pesquisa da TIC Domicílios. E 53% desses usuários passam mais de seis horas por dia conectados, conforme apontado pela empresa de segurança online ESET.
Diante disso, investir em marketing digital deixa de ser uma opção extra e se torna uma obrigação. O que não faltam são alternativas de plataformas para se estar presente: Instagram, Facebook, Youtube, blogs próprios, entre muitos outros. Diante de tantas opções, o desafio dos empreendedores é construir uma estratégia que seja adequada para o negócio.
Segundo a coordenadora da pós-graduação em Marketing Digital do Centro Universitário Newton Paiva, Paula Bento, um erro comum de muitos empreendedores ao investirem pela primeira vez no ambiente digital é acharem que precisam ser onipresentes. “Ter perfis em todas as redes sem oferecer um conteúdo de qualidade ou estabelecer um diálogo efetivo com o cliente pode acabar sendo prejudicial para o negócio”, orienta.
Para ilustrar sua tese, a especialista cita o exemplo do Whatsapp que, segundo ela, passou a ser muito utilizado durante a pandemia. “Muitos negócios disponibilizam um número para contato, mas chegam a demorar um dia inteiro para responder as mensagens em um aplicativo que tem dinamismo e a prontidão como principais atrativos. Essa tentativa de se aproximar do cliente pode acabar tendo efeito contrário, resultando em uma experiência negativa”, explica ela.
Ao se fazer presente em um determinado ambiente digital, o empreendedor se dispõe a conquistar a atenção de um consumidor cada vez mais exigente. Muitas vezes, disputa espaço com uma organização grande, disposta a fazer investimentos significativos em marketing digital. Diante dessa concorrência assimétrica, é preciso ter maturidade e planejamento para usar as redes de forma estratégica.
Se não é preciso estar em todas, como saber quais as redes mais adequadas para um determinado negócio? Para responder a essa pergunta, Paula recorre à tradicional máxima do marketing de que a marca deve estar onde o cliente estiver. “É preciso conhecer bem o consumidor. O primeiro passo é reunir o máximo possível de informações sobre seus hábitos: quais redes utiliza, com que frequência, quais conteúdos prefere consumir, etc. Uma boa forma de começar esse mapeamento é por meio de formulários”, recomenda a especialista.
Tendo em mãos um mapeamento detalhado do comportamento do consumidor, é preciso olhar para dentro. “A empresa deve avaliar internamente se tem de fato condições de estar presente em determinada rede. Ou seja, não basta criar um perfil, é preciso buscar frequência e consistência dos conteúdos, porque é isso que vai gerar resultados positivos para o negócio no longo prazo”, finaliza Paula.