Campo Grande (MS) – O tombamento da centenária Catedral Nossa Senhora da Candelária, em Corumbá, foi decretado como bem do Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul, por meio de decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja e pelo secretário estadual de Cidadania e Cultura, João César Mattogrosso, publicado na quarta-feira (30 de junho) no Diário Oficial do Estado.
Conforme o ato, o bem será inscrito no Livro de Tombo Histórico, de acordo com a Lei nº 3.522, de 2008, no qual são inscritas as coisas de interesses históricos, as obras de arte históricas e os documentos paleográficos ou bibliográficos.
Desde a interdição de seu prédio em 2016, quando grande parte da estrutura de gesso do teto caiu, iniciou-se um longo processo de restauração. Em 2017, o templo foi protegido por meio do tombamento provisório através de pareceres técnicos favoráveis e aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura. As obras que está em fase de conclusão pela prefeitura do município, contou com recursos do PAC Cidades Históricas da ordem de R$ 1.786.064,84. Nesta fase as intervenções buscaram valorizar a estética original e incluíram pintura, piso e recuperação interna da torre.
Com o tombamento definitivo, a catedral, por meio de convênio do governo do Estado com a prefeitura de Corumbá, receberá da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o aporte financeiro de R$ 288.245,31 para complementar a ambientação do local com a sonorização e climatização, contribuindo assim com a reabertura das Celebrações Eucarísticas.
Para o padre Júlio César Silva Mônaco, Cura da Catedral Nossa Senhora da Candelária e Vigário Geral da Diocese de Corumbá, a Catedral da Diocese de Corumbá, Nossa Senhora da Candelária, sendo a igreja mais antiga do Estado de Mato Grosso do Sul, finalmente conseguiu receber a atenção e, conseguiu o reconhecimento do seu valor artístico, cultural e religioso, tanto pelo município de Corumbá quanto pelo Estado de Mato Grosso do Sul.
“O tombamento dessa igreja histórica pelo Estado de MS traz vários benefícios para a sua preservação, bem como da recuperação de traços originais perdidos no tempo, como a restauração das obras artísticas que ela contém. Doutro lado, requer de nós um cuidado maior no nosso dia a dia, tanto para a população de Corumbá e Ladário bem como de toda a Diocese de Corumbá, para a sua preservação porque é o reconhecimento da dignidade e valor que a Igreja Mãe de todas as igrejas da Diocese tem, inclusive pelo título da sua padroeira, Nossa Senhora da Candelária, onde todos os fiéis católicos têm a acolhida, por parte dela, em sua casa como mãe de todos nós”, finalizou o padre Júlio César.
A Catedral Nossa Senhora da Candelária foi erguida com elementos da arquitetura eclética pelo polêmico pregador imperial Frei Mariano de Bagnaia em frente à Praça da República, onde se deu a heroica retomada de Corumbá durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). Em seu altar, destaca-se um brasão da coroa portuguesa, o que indica as influências europeias no bem, e guarda também uma imagem de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade.