São Paulo (SP) – A paulistana Luisa Stefani, 23ª do mundo, e sua parceira Laura Pigossi, seguem fazendo história nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. As duas se classificaram nesta quarta-feira (28) para a semifinal de duplas, ao derrubarem a dupla cabeça de chave 4, as americanas Bethanie Mattek e Jessica Pegula, por 1/6 6/3 10-6, na quadra 5 do Ariake Stadium.
Se já tinham a melhor campanha do tênis feminino com as quartas de final, agora elas igualam Fernando Meligeni, que em 1996 fez a melhor campanha de um brasileiro em uma Olimpíada. Na ocasião, foi quarto lugar nos Jogos de Atlanta em simples.
Nesta quinta-feira (29), Luisa e Laura jogam por vaga na final por volta das 6h (horário de Brasília), no terceiro jogo da quadra 3. Elas encaram as suíças Belinda Bencic e Viktorija Golubic. Em caso de vitória vão lutar pela medalha de ouro e, de derrota, pelo bronze.
“Muito animada, muito feliz com a vitória. Foi um jogo muito louco, incrível. Não jogamos bem o primeiro set, elas estavam bem agressivas, firmes, colocando bastante pressão, não sacamos tão bem. No segundo tentamos acalmar, fazer o que fazemos de melhor, o básico. Entrar mais nos pontos, ir mais pelo meio e gerar oportunidades para eu atacar mais na rede e ela firmar e ser mais sólida do fundo”, disse Luisa que tem o patrocínio do Banco BRB e os apoios da Fila, CBT, HEAD, Saddlebrook Academy, Tennis Warehouse e Liga Tênis 10.
“Foi uma mudança básica, mas que fez a diferença e esperamos nossa oportunidade no segundo set. Abrimos 4 a 1 e cada vez mais nos encontramos. Tivemos um game muito duro para fechar o segundo set, game importante, nos saímos bem. No match tie-break começamos na frente, elas voltaram, ficamos na frente de novo, igualaram 6 a 6, mas no final nossa energia estava incrível e bem agressivas e confiantes. Muito feliz com essa semi, mas não satisfeita. Vamos que vamos”, completou.
Luisa tem 23 anos e vem fazendo história no tênis feminino nacional. Além deste resultado olímpico, ela é a melhor ranqueada do Brasil, com o 23º lugar, desde que o sistema da WTA foi criado em 1975, somando dois títulos e mais seis finais.
Queda nas mistas para Djokovic – Horas após a vaga na semi de dupla feminina, Luisa Stefani caiu na estreia de mistas ao lado de Marcelo Melo, contra o número 1 do mundo do masculino, Novak Djokovic, e Nina Stojanovic, dupla da Sérvia, por 6/3 e 6/4.
Carreira – Luisa Stefani, 23 anos, nascida em São Paulo (SP), mora em Tampa, na Flórida (EUA), treinando na Saddlebrook Academy. Cursou a universidade americana de Pepperdine, onde jogou o circuito universitário por alguns anos. Se destacou e optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018. Ganhou destaque nas duplas e começou a colher resultados já em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent, no Uzbequistão, e o vice-campeonato em Seul, na Coréia do Sul, em outubro, com sua então nova parceria, a norte-americana Hayley Carter, terminando o ano perto das 70 melhores do mundo.
Em 2020, conquistou o WTA 125 de Newport Beach, na Califórnia e chegou às oitavas de final do Australian Open. Após a quarentena, comemorou o título do WTA de Lexington, nos Estados Unidos. Terminou o ano como a 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Começou 2021 com a final no WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, alcançando o top 30 – a primeira brasileira desde 1976 – e chegou à segunda decisão em Adelaide e à terceira em Miami, torneio da série WTA 1000. O vice-campeonato em Miami permitiu que Luisa subisse para a 25ª posição no ranking, o melhor de uma brasileira na história desde que o ranking WTA foi criado em 1975. Como juvenil, também foi destaque, conquistando vitórias em Wimbledon e tornando-se Top 10.