Campo Grande (MS) – A Rodada de Negócios online, realizada pela Fundação de Cultura de MS e pelo Sebrae no dia 11 de agosto, movimentou um valor estimado de R$ 95 mil reais. Foi apresentado o artesanato de referência cultural sul-mato-grossense para empresários compradores de todo o Brasil.
Participaram 27 artesãos, foram realizadas 211 reuniões por 36 empresas, totalizando 13 compradores. Foi uma ação totalmente gratuita e virtual, de extrema importância para a divulgação dos produtos artesanais do Estado e uma excelente oportunidade de negócios para os profissionais que têm no artesanato sua fonte de renda.
O artesão Elder Alves Severino participou pela primeira vez e afirma que valeu muito a pena. “Eu consegui fechar várias parcerias, ampliar meu negócio, eu não sabia que eu podia apresentar tudo que eu sabia fazer, que foi muito legal, porque os compradores até pediram isso. Eu estava muito inseguro porque eu tinha que lidar com mídias sociais, mas a assessoria do pessoal, do Sebrae, da Fundação de Cultura foi maravilhosa, para quem está começando do zero, de tudo, não precisa ter insegurança nenhuma, porque o pessoal dá todo auxílio pra gente, é uma coisa impressionante”.
Elder trabalha com artesanato faz 30 anos e sua principal base de criação hoje é o papel. Na Rodada de negócios, praticamente os três produtos que apresentou estão tendo um encaminhamento. “Existe a possibilidade da venda direta, como foi o caso da caixinha de joias, que já tem um lojista interessado e que a gente está em negociação. Outras peças ainda estão sendo negociadas porque este é o grande lance da Rodada de Negócios: algumas coisas você fecha o negócio na hora, mas outras coisas você tem que entrar em negociação, porque você ainda vai avaliar quantidade, a sua capacidade produtiva de dar conta de fazer, então é isso tudo que a gente vai medindo, é o networking que você vai fazendo, são negociações que estão para fechar estão encaminhadas, não é uma coisa que a pessoa está só olhando… não, é uma coisa que já está acontecendo efetivamente. Os principais produtos negociados foram luminárias de chita que eu faço, a caixinha de chita e também a luminária de macramê, que eu uso fibras naturais, uso corda e o rami.
Elder aconselha seus colegas artesãos a participar das próximas edições: “Se você está empreendendo, quer ampliar seus negócios, conversar com os lojistas, que eu acho que é uma coisa importantíssima, porque são as pessoas que vão vender seu produto, então eles querem saber como você concebeu aquilo, qual é sua ideia, qual a sua intenção, isso é sensacional porque é uma maneira de você expor a sua ideia, de eles exporem inclusive, as necessidades deles, é uma conversa entre fazer uma ponte entre a pessoa que vai comprar, a pessoa que vende, e você, que produz, é um intercâmbio fantástico e ao mesmo tempo você tem uma assessoria incrível do Sebrae, da Fundação de Cultura, eu achei super legal”.
Gustavo Malheiros Gaertner, de Bonito, foi outro artesão que participou pela primeira vez. “A minha experiência foi muito positiva, os responsáveis foram muito profissionais e extremamente atenciosos com os envolvidos durante todas as etapas. Ao todo consegui participar de oito reuniões com lojistas de todo o Brasil, o que rendeu ótimos contatos e oportunidade de negócios. Após o evento eu recebi encomendas de dois lojistas, totalizando 70 peças. Isso me deixou um pouco assustado, pois nunca havia recebido uma encomenda tão grande de uma vez só! (risos) E este número ainda pode aumentar, já que outros lojistas ficaram de retornar o contato nos próximos dias”.
Gustavo se formou em Biologia, e sempre tentava incluir criações artísticas no seu trabalho. Em 2014 resolveu se dedicar exclusivamente à produção de peças artesanais e artes visuais. Seu material preferido é a madeira, pela sua versatilidade e pela sua estética, que pode ser vintage e moderna ao mesmo tempo. O artista considera extremamente importante o artesão participar da Rodada de Negócios.
“Ao final do evento eu me perguntei por que eu demorei todos estes anos para participar de uma rodada de negócios. É uma ótima maneira de divulgar seu produto e encontrar parceiros-chave para o seu negócio. E acho positivo mesmo se não conseguir fechar vendas, pois você conhece lojas sensacionais e os produtos com que trabalham, tendo insights para tornar suas peças mais atrativas comercialmente”.
“O que me agradou imensamente foi poder conhecer lojistas de todo o Brasil, principalmente pelo potencial de ampliação de vendas. Aqui em Bonito temos esta característica sazonal, com alta e baixa temporada, então todo o comércio tem que se adequar a essa flutuação. Isso nem sempre é fácil, pois ao contrário dos turistas, as contas não param de chegar. Mas quando temos clientes em outras localidades isso nos dá uma segurança financeira muito maior, pois uma baixa temporada em Bonito pode ser uma ótima temporada em Salvador”, conclui.
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul é responsável pelo transporte das peças negociadas através da Rodada de Negócios. O transporte seria realizado por caminhão próprio, doado à FCMS pelo PAB (Programa do Artesanato Brasileiro).