Luisa Stefani sofre lesão no joelho e abandona o US Open

Paulistana, número 17 do mundo, teve que abandonar partida na maior campanha de uma brasileira após 39 anos em um Grand Slam

São Paulo (SP) – A paulistana Luisa Stefani, número 17 do mundo, sofreu uma lesão no joelho direito durante partida válida pela semifinal do US Open nesta sexta-feira (10), um dos quatro Grand Slams da temporada. Luisa disputava partida ao lado da canadense Gabriela Dabrowski contra as norte-americanas Catherine McNally e Coco Gauff no tie-break do primeiro set quando torceu o joelho em um movimento perto da rede e precisou sair de cadeira de rodas da quadra.

Luisa e Gabriela na semifinal do US Open (Pete Staples /USTA)

A paulistana foi a um hospital em Nova York e nos exames preliminares constatou um rompimento no ligamento e já iniciou fisioterapia com os médicos da WTA, a Associação das Tenistas Profissionais. A tenista vai seguir com a fisioterapia, realizar mais exames nos próximos dias e definir os passos de seu tratamento junto aos médicos.

“Estou bem. Bastante chateada pois vinha em um embalo muito especial e no melhor momento da minha carreira. Enfim um imprevisto e surpresa que eu nunca podia me esperar ou me preparar, mas o sonho do Grand Slam continua só vai ter que esperar um pouco mais. Os médicos pediram alguns dias para ver como meu corpo vai reagir e decidir os próximos passos do tratamento. Vamos passar por cima disso tudo. O dia foi difícil, mas senti daqui o carinho das pessoas e estou muito agradecida pela energia positiva aí do Brasil. Foi uma surpresa inoportuna, mas tudo vai dar certo”, disse Luisa, que tem o patrocínio do Banco BRB e os apoios da Fila, CBT, HEAD, Saddlebrook Academy, Tennis Warehouse e Liga Tênis 10.

Luisa vinha na melhor campanha de uma brasileira em 39 anos desde o vice nas duplas mistas de Claudia Monteiro em Roland Garros em 1982 e nas duplas femininas desde o título de Maria Esther Bueno em 1968. Pela campanha em Nova York, Luisa vai subir para o 13º lugar no ranking de duplas.

Resultados em 2021: (59 jogos – 40 vitórias)

– semifinalista: US Open (Grand Slam) – com Gabriela Dabrowski

– vice-campeã: WTA 1000 Cincinnati – com Gabriela Dabrowski

– campeã: WTA 1000 Montreal – com Gabriela Dabrowski

– vice-campeã: WTA 500 San Jose (EUA) – com Gabriela Dabrowski

– Medalha de bronze: Jogos de Tóquio – com Laura Pigossi

– vice-campeã: WTA 1000 de Miami – com Hayley Carter

– vice-campeã: WTA 500 de Adelaide – com Hayley Carter

– vice-campeã: WTA 500 de Abu Dhabi – com Hayley Carter

Fazendo história na carreira – Luisa, de 24 anos, começou a jogar tênis aos 10 anos, na B.Sports, no bairro de Perdizes, em São Paulo, onde nasceu. Disputou as chaves principais dos quatro Grand Slams juvenis, atingindo as semifinais de duplas do US Open juvenil em 2015, quando chegou a 10a. posição do ranking mundial juvenil.

Foi para os Estados Unidos para estudar e jogar tênis. No circuito universitário jogou pela Pepperdine University, na Califórnia, e atingiu a segunda posição no ranking da ITA (Intercollegiate Tennis Association). Foi nomeada caloura do ano 2015 pela ITA, compilando uma campanha de 40 vitórias e apenas 6 derrotas. Entre 2015 e 2018, ainda no circuito universitário americano, dedicou-se parcialmente ao circuito profissional da ITF, o que não a impediu de conquistar 10 títulos e atingir outras 5 finais de duplas naquele circuito. Terminou 2018 como 215ª. do mundo em duplas e 753ª. em simples.

Optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018. Ganhou destaque nas duplas e começou a colher resultados já em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent, no Uzbequistão, e o vice-campeonato em Seul, na Coréia do Sul, em outubro, com a então nova parceira, a norte-americana Hayley Carter, terminando o ano perto das 70 melhores do mundo.

Em 2020, conquistou o WTA 125 de Newport Beach, na Califórnia e chegou às oitavas de final do Australian Open. Após a quarentena, comemorou o título do WTA de Lexington, nos Estados Unidos. Terminou o ano como a 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Começou 2021 com a final no WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, alcançando o top 30 – a primeira brasileira desde 1976 – e chegou à segunda decisão em Adelaide e à terceira em Miami, torneio da série WTA 1000. O vice-campeonato em Miami permitiu que Luisa subisse para a 25ª posição no ranking, o melhor de uma brasileira na história desde que o ranking WTA foi criado em 1975. Em junho ganhou mais duas posições – 23º lugar. Continuou subindo no ranking e com o vice-campeonato em Cincinnati subiu para 17ª do mundo. Agora, com a semifinal do US Open será a 13ª do ranking.

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