O suicídio ainda é um assunto pouco falado e que as pessoas têm receio de falar, mas conversar sobre essa doença é extremamente necessário e importante. Não é à toa que existe o Setembro Amarelo, uma campanha nacional com o objetivo de prevenir e reduzir os índices de suicídio no Brasil.
Pensando nisso, Dra. Aline de Souza Gomes Moreira, psiquiatra da Unimed Campo Grande, trouxe alguns mitos sobre esse assunto. Confira!
- Quem fala não pretende realizar
Mito. “As pessoas que têm a intenção de cometer suicídio podem expressar essa vontade para pessoas mais próximas e trazer à tona esse sentimento que o aflige. Porém, muitas vezes, elas guardam os sentimentos para elas, por isso temos que ajudá-las a enfrentar essa batalha”.
- A maioria dos suicídios não dá sinais, é algo inesperado
Mito. “É algo muito raro. Normalmente as pessoas que têm essa ideia de cometer o suicídio demonstram através de seu comportamento que não estão bem, que estão tendo alguma alteração de humor, alguma crise de ansiedade, ou baixo rendimento, se isolando das pessoas. Esses são os sinais que podem indicar que a pessoa tem ideias suicidas”.
- Falar sobre suicídio é algo ruim
Mito. “Falar de suicídio é algo difícil. Tanto para quem quer cometê-lo como para quem quer abordar sobre o assunto e ajudar. Existe um receio, um medo do julgamento e do preconceito, o estigma de se ter uma doença mental. Mesmo que seja difícil falar sobre suicídio é importante e necessário que as pessoas falem, que demonstrem o sofrimento que elas estão passando”.
- Uma vez que a pessoa pense ou tente suicídio, ela sempre voltará a tentar
Mito. “Não é porque a pessoa pensou em suicídio ou chegou a ter uma tentativa que ela sempre vai voltar a ter esse tipo de pensamento. A partir do momento que o tratamento é realizado de forma adequada os riscos de ocorrer uma nova tentativa caem bastante”.
- Apenas pessoas com doenças psíquicas cometem suicídio
Mito. “Mais de 95% das pessoas que tentam suicídio tem um diagnóstico de transtorno mental, dentre eles transtorno de humor, condições relacionadas ao uso de substâncias e transtornos de personalidades. Porém, vale frisar que 4% não está relacionado ao diagnóstico de doença mental”.
“Lembrem-se sempre de buscar ajuda de um especialista, afinal, procurar assistência não é vergonhoso. Quanto mais cedo, melhor será o tratamento”, completa a médica.