O presidente da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul, André Figueiredo Dobashi, está em Bruxelas, na Bélgica, para apresentar um case de sucesso, seu projeto de agricultura de baixo carbono. Durante o evento Global Farmer Network, Dobashi apresentará o projeto que recebe apoio da Bayer, é financiado pelo Banco do Brasil e recebe apoio do Governo de MS, que trabalha sob o objetivo de tornar MS em Estado de carbono neutro até 2030.
Além do sequestro de carbono, outros projetos sul-mato-grossenses que serão apresentados na reunião entre países que se dedicam à agricultura, está o cooperativismo, conectividade, internet rural, agricultura digital e pesquisas aplicadas na prática.
“Esse projeto que apresentaremos aqui, tem como intenção fazer um novo conceito de agricultura, em que entramos com o sistema intensivo de produção, de acúmulo de palhada e de resíduos de culturas, ao longo das sucessões de cultivos”, sinaliza o presidente da Aprosoja/MS. “Preparamos o solo, fazemos a introdução de uma cobertura bastante agressiva de palhada, normalmente com braquiária, dessecamos essa palhada, entramos com a soja, colhemos, entramos com milho e braquiária, de forma consorciada, e colhemos o milho. Cultivamos essa palhada, até a hora de dessecá-la novamente”.
Segundo Dobashi, eles não deixam de fazer adubação desse sistema para que essa palhada continue produzindo cada vez mais, e mesmo com o componente bovino no meio, pastejando, e produzindo suas possíveis emissões, ou as emissões dos maquinários, tudo que se produz de palhada e resíduos de culturas, é capaz de sequestrar, além do que se produz.
“Nosso intuito é realmente comprovar que esse sistema de agricultura, plantio direto, rotação de cultivo, vários sistemas de produção, juntos, na mesma área, proporciona um incremento de fertilidade e de matéria orgânica, com a produção de palha em uma quantidade bastante vigorosa. Ela inclusive sequestra mais carbono que a própria paisagem natural”, completa o presidente da Aprosoja/MS, sinalizando que esse perfil de agricultura contribui de forma mais eficaz, se comparado com o papel das pastagens nativas ou de baixa produção, como a do cerrado tradicional. E é sobre isso que buscam comprovação.
“O nosso intuito é desenvolver esse modelo, mensurar o sequestro de carbono pelo sistema intensificado, comparar com a paisagem natural e comprovar que a gente está sendo muito mais eficiente do que deixar a paisagem natural do jeito que ela era, sem colocar um sistema intensivo de produção”, finaliza Dobashi, direto da Bélgica.