Aplicação de corretivo de solo em pastagem aumenta 73% a fertilidade do local

A Viter, unidade de insumos agrícolas da Votorantim Cimentos, conduziu um projeto experimental na Fazenda Campo Novo, em Aquidauana (MS), do cantor e compositor Almir Sater

A pastagem é a maior cultura plantada no Brasil atualmente. São cerca de 150 milhões de hectares no país. Em termos comparativos, a soja, que é uma das maiores culturas no Brasil, ocupa cerca de 37 milhões de hectares. No entanto, de acordo com dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), somente 10 a 15% da área ocupada por pastagem é tecnificada, ou seja, utiliza alta tecnologia para o seu manejo. O restante é degradado, não recebendo nenhum tipo de tecnologia.

Para o pesquisador da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, existem três caminhos para o aumento da produção agropecuária e todos eles passam pelo uso tecnologia: o aumento das áreas cultivadas, aumento da produtividade e maior intensidade de cultivo. “Em relação ao aumento de produtividade, é importante utilizar boas práticas na aplicação de fertilizantes, construindo um perfil de solo adequado por meio da correção de sua acidez em subsuperfície”, explica Spadotti.

Foto: Divulgação

Segundo o pesquisador, este é dos processos chave para extrair cada vez mais do mesmo espaço de terra. Na pecuária, o pasto precisa ser tratado como uma lavoura, com a aplicação de boas práticas especialmente no manejo do solo, que deve ser corrigido e adubado para obter todo o potencial produtivo para a alimentação animal.

A Viter, unidade de insumos agrícolas da Votorantim Cimentos, conduziu um projeto experimental na Fazenda Campo Novo, localizada em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, propriedade do cantor e compositor Almir Sater. Confira vídeo sobre a realização do projeto neste link.

Na primeira coleta de solo, realizada em setembro de 2020, foram analisados pH, cálcio, magnésio, alumínio e enxofre, além do índice V% (saturação de bases), que indica a quantidade de nutrientes no solo, ou seja, sua fertilidade. Os índices de pH e alumínio altos prejudicam o desenvolvimento das raízes.

A partir da análise, a recomendação foi de utilização de Optmix, mix de calcário e gesso que nutricionalmente fornece cálcio, magnésio e enxofre, nutrientes importantes para o desenvolvimento de qualquer cultura plantada. As novas análises químicas, realizadas em abril de 2021, mostram a eficiência do tratamento após 7 meses de aplicação, com aumento dos níveis de cálcio em 17 pontos, magnésio em 7 pontos e enxofre em 41 pontos. Com a correção desses nutrientes as condições de fertilidade dão pleno desenvolvimento à pastagem. O pH passou de 4,6 para 5,7 e o V% aumentou 73%, subindo de 45 para 78, indicando condições ideais para o desenvolvimento da pastagem.

Depois de 20 anos, vimos que a areia pantaneira já não estava correspondendo mais, ocasionando muitas pragas também. A ideia era recuperar essa área sem muita interferência. A área testada foi de 50 hectares e os primeiros resultados foram fantásticos. Antes deixávamos 100 cabeças de gado nessa área durante 20 dias. Hoje deixamos 160 vacas e 160 bezerros na mesma área durante 90 dias” explica Almir Sater.

As análises indicam que o tratamento conseguiu melhorar as características do solo, sua fertilidade e consequentemente o desenvolvimento da pastagem, levando à utilização da área para um maior número de animais.

Nosso objetivo é disponibilizar tecnologia para o produtor rural, promover sustentabilidade e rentabilidade para suas culturas, inclusive para pastagens, como podemos ver por meio dos resultados desse experimento. A pecuária ainda é considerada uma cultura de baixa tecnologia em relação à correção de solo. Existe a ideia por parte dos produtores de que a pastagem resiste ao solo ácido, por exemplo. Mas com o tratamento adequado vemos que é possível obter ganhos de produtividade por hectare, proporcionando também melhores condições de alimentação para o gado”, afirma o engenheiro agrônomo e consultor de Desenvolvimento de Mercado da Viter, Erivelton Lopes Paes.

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