Depois de apresentar as imagens produzidas pelos alunos das Oficinas de Fotografia do “Projeto Nosso Olhar: Fotografia para a Cidadania” na sede da Associação Amigos de Maria, agora chegou a vez de mostrar no Museu da Imagem e do Som. De 10 de janeiro até 20 de fevereiro o MIS abre as portas para que todos possam ver 58 imagens contando um pouco do cotidiano das crianças e adolescentes do bairro Noroeste.
Com um celular na mão e a orientação das fotógrafas idealizadoras do projeto, Vânia Jucá e Regina Nogueira, as crianças e adolescentes de 7 a 15 anos revelam um pouco do cotidiano das ruas, dos quintais, casas e da vida na comunidade. São lugares por onde os moradores passam quase todos os dias, dessa vez revelados com cuidado no enquadramento e atenção para a luz, elementos indispensáveis para a boa fotografia.
As oficinas
Divididos em cinco turmas nas oficinas realizadas em agosto e setembro passados, esses garotos e garotas vivenciaram uma viagem ao mundo da fotografia, experimentando a sensação de construir e fotografar com a câmara escura e se divertindo com o zootrópio, um tambor circular que reproduz a sensação das animações em desenho.
Com Vânia e Elis Regina os alunos conheceram técnicas de fotografia como temperatura de cor, velocidade, diafragma, como congelar e como borrar movimentos, e experimentaram aplicativos que permitem a pós-produção em imagens registradas a partir do celular.
Também foi uma oportunidade para abrir a mente e o olhar para experimentações, em um tempo onde a tecnologia, tão acessível, nem sempre contribui para estimular a imaginação e curiosidade. As aulas foram um convite para incentivar a criatividade.
Todas as oficinas contaram com palestras de alunos e professores do Laboratório de Estudos Rurais e Regionais do Curso de Geografia da FAENG – UFMS, que foram conversar com meninos e meninas sobre “Paisagens, símbolos e significados”.
O resultado da oficina é uma oportunidade para a Associação Amigos de Maria, aprofundar a compreensão que os moradores têm do bairro e uma forma de colaborar para a definição dos processos de intervenção no Jardim Noroeste. A Associação é uma entidade sem fins lucrativos ativa há mais de dez anos e que presta serviços assistenciais às famílias do bairro. Foi em sua sede que todas as aulas foram ministradas.
Um dos artistas expostos, Diogo Natan, de 8 anos conta que eternizou a árvore da casa da avó, “é uma árvore bonita, que dá flores e eu tirei a foto dela um dia antes de cortarem a metade pra construir um muro, então agora posso ver ela pra sempre na minha foto”.
Já Ana Clara de Souza, de 7 anos, quis tirar fotos da sua casa, “porque eu acho tudo nela lindo, minha casa, as nossas coisas, tudo é bonito e eu quis deixar ela nas fotos”.